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Direção vai registrar B.O contra paciente que pediu doações a hospital

Foto: Reprodução/Facebook

Atualizada às 16h45

Após fazer uma campanha nas redes sociais para arrecadação de material de limpeza para o Hospital Regional Tibério Nunes, a professora Cláudia Alvarenga será alvo de um boletim de ocorrência pela direção do hospital. Aguardando há oito meses por uma cirurgia de fêmur e de enxerto por complicações em um acidente de trânsito em 2017, a professora de Floriano cancelou a campanha de arrecadação.

Por volta das 16h30, a direção do hospital emitiu uma nova nota informando que não procederá com o registro de ocorrência contra a professora e orientou sobre campanhas de doações.

A campanha pedia desde detergentes neutros e água sanitária até luvas, enceradeiras e lavadoras. Segundo a organizadora, o objetivo da ação era reforçar as condições de limpeza da unidade "em um ambiente não sujeito a infecção hospitalar", explicou a professora que desde o acidente se locomove em cadeira de rodas. 

Foto: Reprodução/Facebook

"A minha intenção foi ajudar o hospital que possui sérios problemas de gestão, a começar pelas notícias divulgadas diariamente pelos meios de comunicação", disse ela.

A campanha de doação de material de limpeza para o hospital foi iniciada na quarta-feira (29) pelas redes sociais. Após a repercussão a direção do hospital regional lançou uma nota na qual alegou não ter autorizado usar a unidade como fim de doações. "É importante ressaltar que será registrado Boletim de Ocorrência para investigação dos fatos, podendo a responsável responder pelos atos praticados", alertou a direção na nota.

Após a nota da direção do hospital, a professora se manifestou novamente nas redes sociais, informando sobre a suspensão a campanha. Ela explicou a motivação da mobilização. "Deu-se em virtude de por meio das redes sociais ter informações de que o referido Hospital estaria funcionando em condições insalubres".

Sobre a possível ilegalidade da campanha, a professora rebate. " Nunca foi visto tal vedação ou proibição por parte dos hospitais públicos, pois há doação de sangue, de órgãos, de cabelos, de materiais para fazer cirurgias, e demais doações no setor de assistência social, não se constituindo portanto em crime tais atos de empatia, solidariedade e amor". 

Nessa semana, a visita de uma comissão de deputados estaduais aos hospitais Justino Luz em Picos e Tibério Nunes em Floriano chamou a atenção para problemas relacionados a falta de estrutura básica nas unidades, incluindo lençóis e soros.

 

 

Valmir Macêdo
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