A ferradura do cavalo não é só um amuleto da sorte. Para o animal, ela é um item muito importante, tanto que a 62ª Exposição Agropecuária do Piauí - Expoapi - tem um curso dedicado somente ao casqueamento, a remodelagem do casco do equino para que seja feito o ferrageamento. 

O curso, há muito tempo não realizado no Piauí, atraiu 12 participantes, inclusive de outros estados. E existe demanda para a atividade. Tanto que o ministrante, Josélio Lopes, 40 anos, é requisitado para fazer o serviço fora do Piauí. "Ouço muitas reclamações dos criadores e atuo também no Maranhão justamente por essa falta de mão de obra", diz o piauiense, que se aperfeiçoou na atividade após quatro cursos em São Paulo. Há 25 anos, ele trabalha com o manejo de animais. 

Comparando ao ser humano, o casqueamento é como se fosse preciso cortar as unhas com frequência. O procedimento visa constatar lesões no boleto e tendões do animal, devendo ser feito de um mês a 40 dias para a retirada do excesso de casca. Se feito de forma errada, pode provocar lesões graves no animal.

Robin Lopes, diretor de eventos do Núcleo Piauiense do Cavalo de Trabalho, disse que "O objetivo é melhorar a mão de obra do Estado, que atualmente é bastante escassa. Existem em média de oito a dez pessoas que tem experiência para fazer esse tipo de trabalho (no Piauí)".

Mas não é só o publico piauiense que procurou pelo curso. Gabriel Neto Costa, 30 anos, é tratador de cavalos em Pernambuco e participa da Expoapi pela segunda vez. Neste ano, veio apenas para se aperfeiçoar no casqueamento. "Minha escolha por estar fazendo aqui no Piauí é porque o curso é mais detalhado", explica. Bahia e Rio Grande do Norte também possuem representantes entre os alunos.  

As aulas começaram na segunda-feira e terminam na quarta-feira. Os participantes vão ganhar certificado.