Após abster-se de votar na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Teresina e fazer críticas à possível diminuição da verba de gabinete dos vereadores, o vereador Doutor Pessoa (PSD) criticou hoje (02) o acordo feito para a eleição e confessou que gostaria de gerir a Secretaria de Saúde do município.

Em entrevista ao Jornal do Piauí, Doutor Pessoa negou que sua abstenção fosse fruto de conflito com o vereador Rodrigo Martins (PSB), eleito presidente da Casa. Segundo ele, a insatisfação vem do mandato de Edvaldo Marques (PSB).

"É porque antes, na administração do Edvaldo, eu disse para ele que deveria pensar bem no aumento dos 29 vereadores. Eu disse para ele que o concurso público só havia necessidade em 2015. Agora não precisava. Só em 2015 começava a aposentar o pessoal. Aconselhei e conversei com ele, mas ele não ouviu. Sempre ouvi dizendo que não teria consequência nenhuma, que a previsão é de que não irá ter corte. Me calei. Mas votei contra o aumento para 29. Acho que deveria ser entre 24 e 25. Tem cidades no interior de São Paulo que o prefeito nem aumentou verba de gabinete e tinha direito de aumenatr e ele fez foi diminuir. O país vive numa situação difícil e o Poder Legislativo também", disse. 

Doutor Pessoa também comentou que recusou fazer parte do acordo que distribuiu verba do auxílio paletó. "Nem da verba de paletó eu participo. Me futucaram para entrar na verba de paletó. Só que quando eu vi que o Ministério Público ia entrar para ver esse negócio eu devolvi", explicou.

O vereador afirmou que é possível perceber que há um namoro entre o PSB e o PSDB e também uma "paquera" do governador com o seu partido, o PSD, com vistas a 2014. 

"Não gosto de dizer. Mas lá a gente está vendo, a mídia está vendo. Eu estou vendo esse namoro e não quero discutir com o que é do partido dos outros. O meu tem uma paquerinha com o poder estadual, com o governador, que trabalhou 15 anos comigo no HGV", disse.

Doutor Pessoa admitiu também que gostaria de assumir a Secretaria de Saúde na administração Firmino Filho e comentou a escolha para a administração do HUT.

"Eu queria botar a mão na Saúde. O amor que eu tenho, não é pela capacidade técnica porque tem alunos meus que tem mais do que eu, mas tenho amor ao enfermo, ao doente. O problema é compromisso, respeitar a vida do próximo. Eu queria ser secretário em outros moldes. Coadjuvante ou peça de museu não gostaria. O desejo que a Saúde fosse assim ou assado, eu aceitaria o desafio. Tenho apreço muito grande pelo Gilberto [Albuquerque, diretor do HUT], meu aluno por nove anos. É um técnico muito preparado, muito amoroso aos doentes, e eu tiro o chapéu", comentou.

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Leilane Nunes