O Ministério Público investiga um caso de adoção ilegal, no qual a mãe entregou o bebê dentro da Maternidade Evangelina Rosa e o registro de nascido vivo foi feito com o nome dos pais adotivos. O caso aconteceu em março de 2010 e veio à tona após a mãe da criança se arrepender de dar a filha.
Jordana Cury/Cidadeverde.com
![](/noticias/editor/assets/img62/caso menina adotada 2.jpg)
“A mãe entregou o bebê ainda maternidade e a declaração de nascido vivo foi feita no nome da família que ficou com a criança. Encaminhamos o caso para as promotorias criminais, pois consideramos que houve falsificação de documento público. O que prevê pena de um a cinco anos de prisão”, explicou o promotor Ruzvel Lima Verde.
![](/noticias/editor/assets/img62/caso menina adotada 8.jpg)
Com o documento retirado da maternidade, a família conseguiu registrar o bebê em seu nome. A mãe biológica da criança, Alayde Vulcão Américo, que fez a denúncia, reconheceu que entregou o bebê para adoção ao casal José Inácio de Sousa Filho e Antônia Maria Vieira, ainda em 20 de março de 2010.
![](/noticias/editor/assets/img62/caso menina adotada 9.jpg)
Família adotiva se defende
O comerciante José Inácio, 54 anos, pai adotivo da menor M.E.I.V.S, 3 anos, afirmou que tomou conhecimento de que a mãe não queria a criança através de um funcionário da maternidade. "Ele conhece a gente e contou que a mãe não queria o bebê, que iria entregá-la a qualquer pessoa. Então, fomos até lá e dissemos que poderíamos ficar com ela. Minha mulher e eu achamos que a maternidade já sabia da adoção", explicou.
![](http://www.cidadeverde.com/noticias/editor/assets/img62/carlos/caso%20menina%20adotada%206.jpg)
O pai adotivo contou ao Cidadeverde.com que oito dias após o nascimento da criança, foi até a casa da mãe biológica e perguntou se ela tinha certeza do ato. "Nesse dia, ela disse de novo que não queria a filha, que não tinha condições de criá-la e que a gente poderia ficar tranquilo que ela não iria pedir a menina de volta".
![](/noticias/editor/assets/img62/caso menina adotada 5.jpg)
Ainda segundo a família adotiva, somente no ano passado a mãe biológica reclamou a guarda da filha. "Ela chegou aqui com uma nova certidão de nascimento e disse que a filha era dela e que a queria de volta. Ela disse que só deu a menina porque estava com problemas mentais. Nós não demos a criança porque já nos apegamos a ela", explicou José Inácio, emocionado com a ideia de perder a filha adotiva.
![](http://www.cidadeverde.com/noticias/editor/assets/img62/caso%20menina%20adotada%204.jpg)
Apesar dos problemas com a Justiça, José Inácio diz não se arrepender da adoção. "Eu não entendo dessas coisas porque nunca estudei, mas eu não cometi crime algum, ela nos deu a criança. Eu quis dar uma história de vida para esse bebê e agora a Justiça dos homens quer me castigar. Gosto demais dela, não vou aceitar isso", finalizou.
![](/noticias/editor/assets/img62/caso menina adotada 3.jpg)
José Inácio mora em uma pequena casa na Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina, com outros cinco filhos, a esposa e uma neta.
Maternidade responde:
A Evangelina Rosa enviou nota na qual afirma que está realizando um trabalho preventivo junto ao Juizado da Infância e da Juventude, que é o órgão responsável pelos casos de adoção. Veja a nota na íntegra:
"A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) compromete-se em colaborar com a campanha educativa proposta pelo Ministério Público para esclarecimento dos aspectos legais à adoção, conscientizando os profissionais de que é crime preencher documentos falsos. A MDER informa ainda que já realiza um trabalho preventivo junto ao Juizado da Infância e da Juventude, para onde são encaminhados todos os casos de adoções identificados na maternidade. Desta forma, o órgão responsável toma todas as medidas legais necessárias, coibindo assim, práticas abusivas".
Flash de Jordana Cury
Redação de Caroline Oliveira