Entidades ligadas aos homossexuais repudiaram durante sessão solene na Câmara Municipal de Teresina nesta quinta-feira (16), o projeto de "cura gay" proposto pelo deputado João Campos (PSDB-GO) no Congresso Federal.
Fotos: Ascom Rosário Bezerra
A sessão foi proposta pela vereadora Rosário Bezerra (PT) com o objetivo de discutir problemas ligados a preconceitos e saúde dos homossexuais. Somente sete vereadores participaram do ato solene: Edilberto Borges, o Dudu, Rosário Bezerra, Edvaldo marques, Antonio José Lira, Gilberto Paixão, Paulo Roberto da Iluminação e Rodrigo Martins.
O baixo quorum da sessão (a Câmara de Teresina é composta por 29 vereadores) é considerada pelas entidades como preconceito. Participam do encontro o Coletivo Gay Mirindiba, o Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis, a Associação dos Travestis do Piauí, o Grupo Unionense de Livre Orientação Sexual e grupos ligados aos Direitos Humanos.
“Essa proposta é um atraso, é um desrespeito. Também estamos protestando com a Câmara de Teresina por terem repudiado o projeto de adoção do nome social de transexuais e travestis”, disse João Leite, do Grupo Coletivo de Gays de Mirindiba.
Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou da lista de patologia o homossexualismo. O projeto busca modificar resolução do Conselho Federal de Psicologia que impede profissionais do setor no processo chamada de “cura”.
O deputado busca a reinserção dos profissionais no processo. “Regride e é uma afronta a todos os gays do país”, explica João Leite.
Flávia Cunha, 32 anos, é representante da Associação dos Travestis do Piauí e revela que a instituição enviou carta de repúdio sobre a negação do nome social. “Condenamos o projeto da cura gay. Fico estarrecida. Essa é uma lei que ofende. É absurda e macula os homossexuais”, analisa.
Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com
“O Piauí tem avanços, mas existem dados assustadores. O Estado é o que registrou, em proporção, o maior número de assassinatos em 2012. Foram 13 mortes”, relembra Flávia Cunha.
A vereadora Rosário Bezerra diz que é contra o projeto e que as pessoas tem que ter liberdade de escolha. “É um projeto condenável. Vivemos em um estado laico. As pessoas têm direito de fazer suas opções. Esse projeto só acirra o preconceito”, desabafa a parlamentar.
“Isso é um absurdo. Ficou triste com a reprovação, também, do projeto do nome social. A homofobia é a mesma coisa do que bater em idoso e agredir crianças”, opina Edilberto Borges.
Flash de Yala Sena
Redação de Lívio Galeno