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Protesto contra Cabral e Jornada Mundial da Juventude assusta fiéis

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Enquanto milhares de jovens de todas as nacionalidades invadiam Copacabana na tentativa de receber uma bênção do papa Francisco, cerca de 300 manifestantes cariocas protestavam nos arredores do local onde ocorreu a Via Sacra contra os gastos para a realização da Jornada Mundial da Juventude  (JMJ).


Os manifestantes começaram a se reunir no fim da tarde na Praça Cardeal Arcoverde e depois seguiram pela Rua Barata Ribeiro até a Avenida Princesa Isabel, já no fim da programação do quinto dia do evento.

Parte dos peregrinos entrou em pânico quando um grupo de manifestantes cercado por PMs entrou na Avenida Princesa Isabel, com faixas e cartazes, alguns em inglês. Um deles dizia: “Corruption - Police brutality - Social inequality in Brazil” (Corrupção - A brutalidade policial - A desigualdade social no Brasil).

Depois de meia hora, eles tentaram entrar na área reservada em frente ao palco principal. Quase cem homens da Força Nacional fizeram um cordão para impedir a aproximação. No entanto, os manifestantes se dividiram. Uma parte correu para a água, despistando os guardas. Enquanto o outro conseguiu invadir a última área antes do acesso restrito.

Parte dos peregrinos foi embora, temendo o início de confronto. "Houve cerca de 1.500 fiéis que começaram a gritar o slogan 'Esta es la juventud del Papa', abafando o protesto. Os manifestantes, então, resolveram sair em direção a Ipanema”, conta Leandro Farias, 32 anos, que trabalhou na organização da Jornada. A manifestação prosseguiu pela orla, perdendo força. Um grupo menor seguiu, pacificamente, para a Lapa, passando por Botafogo e Flamengo.

“Fora Cabral’’

“Do papa, do papa eu abro mão. Eu quero é dinheiro para saúde e educação’’. “Oh balancê, balancê, escute o que vou te dizer: Eike Batista vai se f.. e leva o Cabral com você’’, ‘’Êee Cabral vai para o inferno, Satanás não vai querer’’. Durante toda a tarde, eles não arredaram o pé e no fim da noite estiveram no palco de Copacabana para depois seguir rumo à Ipanema.

Saiba mais sobre a Jornada Mundial da Juventude

O protesto foi pacífico e acompanhado pelo policiamento de multidões, liderado pelo tenente-coronel Mauro. “Jamais conterei os ânimos da juventude, de forma alguma faríamos isso. Estamos tomando providências para que eles se manifestem em segurança. Fizemos um planejamento para lançar essa modalidade e ser tudo em paz’’, disse o tenente-coronel.


Com cartazes com a inscrição “Fora Cabral’’ e ‘’Cadê Amarildo’’ (em relação ao pedreiro desaparecido na Rocinha), os manifestantes afirmam que não vão parar enquanto a situação no Rio de Janeiro não se modificar. E não é só a juventude que reclama. O funcionário público aposentado Almério Vieira estava na manifestação pedindo para que os jovens não saiam das ruas.

“Na ditadura existia uma coisa chamada Mobral. Hoje a ditadura rouba você, deixa os hospitais como carnificina, são mulheres grávidas sem atendimento. Não tem médico, não tem salário, mulheres grávidas sofrem nos hospitais, o que se pratica hoje no Rio de Janeiro é uma das maiores catástrofes humanas patrocinadas pelos sorridentes Cabral e Paes. Minha geração fracassou, assistiu tudo isso em paz sem se manifestar. Viu um monte de bandidos e não fez nada. Corram todos os riscos. Se vocês deixarem as ruas serão interpretados como fracos’’.

Um dos manifestantes, Sérgio Murilo, .convocou a todos para não irem aos estádios, o que é uma paixão nacional. Ao fundo, ouvia-se “Não vai ter Copa’’, “Olha eu aqui de novo”.

Fonte: Ig
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