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Valcke se impressiona com embriaguez e qualidade de ingressos falsos

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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, fez uma boa avaliação da Copa do Mundo até aqui. Em entrevista concedida ao Sportv, o dirigente disse ter encontrado o que esperava “no país do futebol, onde o futebol é mais do que uma religião”. Ele só não imaginava tanto consumo de álcool nos estádios brasileiros e ingressos falsos de tanta qualidade.

“Preciso dizer que fiquei impressionado com as pessoas bêbadas, com a quantidade de álcool que beberam. Surpreendeu o nível. Muitas pessoas estavam bêbadas, e, assim, o nível de violência pode aumentar”, afirmou o francês, ao comentar os incidentes registrados em vários dos jogos do Mundial, sem esconder que a permissão da bebida no estádio foi uma exigência da própria Fifa por causa de seus patrocinadores.

“Se acharmos que será preciso controlar, será controlado. Mas é difícil falar: ‘Eu vendo uma cerveja, não vou vender a segunda’. Foi um pedido da Fifa, fizemos em todas as Copas do passado e não tivemos problemas. É algo que precisamos olhar. Fiquei um pouco preocupado com o nível de embriaguez, o nível de pessoas que não estavam com o melhor comportamento”, acrescentou.

Sobre a questão dos ingressos, Valcke se mostrou satisfeito com o sistema de uma forma geral, recordando a enorme demanda para a primeira fase, com cerca de 10 milhões de pedidos. Segundo ele, foram superados alguns dos problemas técnicos observados anteriormente, que davam oportunidade de acesso a torcedores com bilhetes falsos.

“Existem ingressos falsos com qualidade impressionante aqui no Brasil. Mas, quando você chega, ele não é validado. Nós nos preocupamos quando os sistemas de controle não estavam funcionando bem, e o ingresso era simplesmente rasgado, como se fazia antigamente. É importante a tecnologia no ingresso, e estamos fazendo o possível para melhorar toda a operação”, comentou o dirigente.

Na longa entrevista, o secretário-geral mostrou preocupação com a manipulação de resultados, dizendo estar atento às denúncias nesse sentido relativas a Camarões, admitiu que a imagem dos jogadores de Gana recebendo dinheiro vivo de premiação “não é a que deve ser passada”, comemorou o sucesso da tecnologia da linha do gol e disse que é estudada a possibilidade de uma quarta substituição na prorrogação.

Jérôme Valcke ainda falou em esforços para ampliar a segurança, embora a veja como responsabilidade do Brasil e não esteja insatisfeito, e minimizou as reclamações sobre gramado e calor. Para ele, deve ser valorizado o evento “como um todo”, usando como exemplo positivo a integração dos jogadores holandeses com o povo do Rio de Janeiro e a empolgação inédita dos norte-americanos com a Copa.

Arrependido do chute no traseiro

O secretário-geral da Fifa foi lembrado sobre sua declaração de maio de 2012, quando criticou os atrasos do Brasil na organização da Copa, dizendo que o país precisava “levar um chute no traseiro”. Ainda que tenha justificado a maior parte de suas cobranças como necessárias para que estivesse feliz como está hoje, mostrou arrependimento da frase dura.

“Já faz muito tempo isso. Nem lembro mais”, sorriu, recordando que gerou enorme resistência do povo brasileiro. “Se você me perguntasse qual é a pior lembrança que tenho nesses sete anos de caminhada para o Mundial, diria que essa é a pior. Criou-se uma situação que foi muito difícil para mim. Foi minha pior parte”, admitiu Jérôme Valcke.


Fonte: Gazeta Press

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