O diretor do Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela, Walfrido Salmito, confirmou a morte de um bebê de seis meses, natural da cidade de Caxias (MA), por Calazar (leishmaniose visceral). A criança já teria sido encaminhada à Teresina em estado grave e chegou ao hospital com um quadro de insuficiência respiratória e infecção generalizada. "O laudo foi positivo para Calazar", declarou. 

Segundo informações divulgadas em sites da cidade de Caxias, o bebê teria sido internado no Hospital Infantil João Viana, que pertence à rede municipal de saúde. A família afirma que Maria Eduarda não foi diagnosticada a tempo pelos médicos do hospital e só teria sido transferida para Teresina quando seu estado se agravou.

O médico explica que a doença tem um período de incubação de até 180 dias após a infecção, mas que nos últimos tempos tem sido comuns casos com períodos bem menores. "Temos observado que esse período de incubação tem se modificado, por isso, a possibilidade de um bebê de apenas seis meses ser infectado pela doença e desenvolvê-la tão rápido", disse.  

Walfrido Salmito explica ainda que os Estados do Piauí e Maranhão são hiperendêmicos para o calazar. "Todos anos são registrados muitos casos de calazar. Evidentemente que nas épocas mais quentes do ano, é comum o aumento dos casos, mas não é a regra", afirma. 

A família aponta que o local onde a menina residia com o pais, o bairro Soledade, é uma área que já teria sido utilizada para enterrar cães após o sacrifício e que o Centro de Zoonoses de Caxias já teria alertado aos moradores sobre perigo do local.

O diretor do Natan Portela, não acredita nessa hipótese."Ela poderia ter sido contaminada em qualquer lugar que tenha uma grande circulação de animais", pondera. Ele explica  que apesar o abate de cães infectados ainda é a melhor saída para evitar que a doença de alastre. "O abate de cães não é a melhor saída, mas é a única. Se não abater, é manter os reservatórios do calazar por todos os lugares", avalia. 

O calazar é uma doença transmitida do cão para o homem. Os sintomas mais comuns são febre diária, fraqueza, aumento do volume abdominal e das aumento das vísceras e anemia. 

O caso será computado como do Maranhão, já que a leishmaniose visceral é uma doença de notificação compulsória. O Natan Portela deve informar o caso à Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão. 

Sana Moraes 
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