Agentes penitenciários abortaram uma tentativa de fuga em massa após encontrar uma escavação dentro da fossa séptica no pátio do pavilhão D Casa de Custódia, em Teresina. De acordo com Kleiton Holanda, diretor administrativo do Sinpoljuspi, o buraco foi encontrado durante vistoria realizada na manhã desta sábado (29). Já foram contabilizadas cinco tentativas em 30 dias.
"Acreditamos que eles fizeram isso durante a rebelião que todas as atenções estavam voltadas para isso mas conseguimos evitar a fuga que seria em massa", explicou Kleiton.
O buraco era cavado pelas laterais da caixa da fossa séptica e já tinha cerca de um metro e meio. A areia estava sendo ensacada e usada nas laterais para dar sustentação. Segundo Kleiton, ele levaria até a área externa do pavilhão, de onde os presos teriam que pular o muro par fugir. Atualmente cerca de 120 presos ocupam este pavilhão.
Sinpoljuspi
O sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi) alerta que um dia após a rebelião, que deixou três feridos, a situação no presídio continua complicada.
O presidente do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho, informou que nos últimos 30 dias foram cinco tentativas de fuga. “Todas foram abortadas, mas é muito fácil cavar um buraco devido a estrutura ruim do presídio. E existe muita mão de obra, devido a superlotação”, destacou.
Neste sábado completam seis dias de greve da categoria. Para Vilobaldo, a situação não parece promissora.
“Temos uma reunião marcada para terça-feira, mas até agora o governo não deu garantias de que irá cumprir com o reajuste. O governo alega que não faz o pagamento por conta de uma decisão do TCE, por conta da LRF, no entanto, lemos a decisão não há nada que se refira a esse reajuste, até porque já está previsto em Lei”, disse o presidente.
Mesmo em greve, os agentes penitenciários continuam trabalhando em atividades relativas à segurança, o Sinpoljuspi afirma que a vigilância intensificou-se durante esse período.
Segundo o agente Marcelo Cardoso, ainda é provável que aconteça outra rebelião como a desta semana. “O presídio está lotado, com poucos agentes que não têm condições de trabalho. Um agente tem apenas uma pistola e um revólver, somente armas letais para intervir. Se tivermos que entrar, será com fogo”, afirmou Marcelo, ressaltando que o Estado não aparelhou os agentes com armas não letais.
Rayldo Pereira e Lucas Marreiros
Redação Caroline Oliveira
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