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Jornal do Piauí transmite coletiva sobre febre do Nilo; PI registra primeiro caso

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O Jornal do Piauí desta terça(9) transmitiu, ao vivo, a entrevista coletiva agendada pela Secretaria Estadual de Saúde(Sesapi) para informar sobre o primeiro caso no Brasil de febre do Nilo, que foi registrado no Piauí, no município de Aroeira do Itaim (332 quilômetros de Teresina).

A coletiva aconteceu na sede da Sesapi e contou com a presença do secretário de saúde, José Fortes; da coordenadora de epidemiologia, Amélia Costa, e do neurologista do hospital Natan Portela, Marcelo Adriano Vieira. O repórter Francisco Lima acompanhou a coletiva, que falou sobre as medidas que foram adotadas para estancar o avanço da doença.

Durante a entrevista, o secretário estadual de Saúde, José Fortes, descartou uma possível epidemia da Febre do Nilo Ocidental, Segundo ele, equipes da secretaria estão há quase um mês trabalhando na região diuturnamente e investigando todas as pessoas que apresentam febre alta. 

“Não temos medido esforços para que a doença não saia dali. Qualquer alteração de temperatura está sendo diagnosticada para conter, não deixando que ela saia dali e não disseminar como ocorreu nos Estados Unidos. Tenho absoluta certeza que esse caso será único”, acredita o secretário. 

A gerente de Epidemiologia da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), Maria Amélia Costa, também descartou a epidemia e informou que todos os estudos de campo foram realizados na região com vizinhos e familiares do paciente e animais. 

“Desde a suspeita inicial, alguns pacientes piauienses que apresentaram sintomatologia sob algum aspecto semelhante à do agricultor de Aroeira do Itaim também foram testados para a doença, todos com resultados negativos. Não houve detecção de outros pacientes acometidos por Febre do Nilo Ocidental no estado ou no país”, disse a gerente de Epidemiologia da Sesapi, Maria Amélia de Oliveira Costa. 

Ela falou ainda que todos os estudos feitos constatou que não se trata de epidemia. “Mesmo sendo inusitado e inédito no país, o diagnóstico deveu-se provavelmente à eficiência do sistema de vigilância sentinela e sindrômica das encefalites virais implantado há pouco mais de um ano em Teresina. É possível que outros casos esporádicos e isolados já tenham ocorrido em outras regiões do país e não tenham sido diagnosticados”, acredita a gerente. 

As avaliações feitas em parceria com a Agência de Desenvolvimento Agropecuário (Adapi), Laboratório Central de Saúde (Lacen), Fundação Municipal de Teresina, Instituto Evandro Chagas e com o Ministério da Saúde, constataram que vizinhos e familiares do paciente não adoeceram e tiveram o resultado negativo nos testes para detecção de contato com o vírus do Nilo Ocidental.

Os exames realizados indicaram que algumas aves domésticas também tiveram contato recente ou remoto com o vírus, porém estão saudáveis. Não houve mortandade de aves ou equídeos na região. 

O prmeiro caso de febre do Nilo foi diagnosticado em um agricultor que ficou internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela no mês de agosto. Ele sentiu dormência, dor de cabeça, náuseas e, em seguida, teve a sensação de perda de forças, até culminar com a paralisação de todos os movimentos do corpo - só mexia a cabeça. Ele já recuperou o movimento dos braços e das pernas, mas ainda não tem forças para ficar em pé. O paciente já está em casa.

Segundo o neurologista e epidemiologista, Marcelo Adriano Vieira, em 75% dos casos de contaminação humana pelo vírus da febre do Nilo, o organismo o elimina e a pessoa não sente nenhum sintoma. Em 24% dos casos, os sintomas são semelhantes aos da dengue (febre, dor de cabeça e no corpo). Só em 1% dos casos há comprometimento neurológico, com perda de movimentos, mas esse sintoma pode ser revertido.

Histórico

O vírus que provoca a febre do Nilo foi identificado em Uganda, em 1937, e causa febre, dor de cabeça e, eventualmente, até problemas neurológicos. Só as aves transmitem a doença para o mosquito, e este retransmite para pessoas, animais e outras aves. “Se o mosquito picar outras aves, o ciclo se perpetua; se picar uma pessoa ou um equino, por exemplo, a doença para ali, porque são hospedeiros definitivos”, descreve Marcelo Adriano Vieira.

 

 

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