Na tentativa de convencer a Assembleia Legislativa a mudar a proposta do orçamento 2015, o deputado estadual Merlong Solano (PT) apelou para literatura. Nas palavras do parlamentar, é de se presumir que nenhum integrante do futuro governo estudou na escola de Hogwarts, onde o bruxo Harry Potter, famoso nos livros e cinema, aprendeu o que sabe. 

"Hora de fazer orçamento é hora de olhar para todas as necessidades do Estado. Não se pode ficar olhando apenas para o próprio umbigo, para a dificuldade de um segmento ou de outro, achando que vai aparecer um Harry Potter, movimentar a varinha mágica e fazer aparecer dinheiro", disse o deputado nesta quinta-feira (11), após reunião da Comissão de Fiscalização e Controle, Finanças e Tributação. 

Em seus maiores valores para os poderes, o Orçamento prevê R$ 281 milhões para a Alepi, R$ 96,3 milhões para o Tribunal de Contas, R$ 447 milhões para o Tribunal de Justiça, R$ 6,5 milhões para a Corregedoria de Justiça, R$ 37,4 milhões para o Fundo de Modernização do TJ, R$ 169,2 milhões para o Ministério Público, e R$ 168,2 milhões para a Procuradoria Geral de Justiça. 

Para o futuro governo, os valores não fecham a conta e tornam a governabilidade inviável. Para bancar as contas do Judiciário e Legislativo, segundo Merlong Solano, o governo teria de retirar recursos de outras áreas, afetando a vida do cidadão. Ou então, encontrar uma varinha mágica de Harry Potter. 

"O orçamento para os poderes é impositivo. Uma vez aprovado ele vira duodécimo. O Executivo tem que passar todo mês. Se fixarem valores inviáveis, nós podemos ter duas possibilidades. De um lado o Governo não passar naquela proporção aprovada e instalar uma crise institucional, ou de outro lado passar e o Executivo arcar sozinho com o reajuste. Como? Reduzindo a despesa do Executivo", explicou Merlong Solano. 

Com os pedidos de vistas, a votação do orçamento foi adiada para a próxima segunda-feira (15). 

Fábio Lima (com informações da TV Cidade Verde)
[email protected]