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Wellington desabafa e diz que parte do Congresso trabalha para inviabilizar o país

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O governador Wellington Dias (PT) condenou, nesta quinta-feira (8), a postura de parte do Congresso Nacional que, segundo ele, trabalha para inviabilizar o país politicamente, o que termina por aumentar sua crise financeira. As declarações foram dadas durante a abertura do 56º Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (Encat), realizado pela 1ª vez no Estado.

Foto: Thiago Amaral/Cidadeverde.com

“Infelizmente é preciso reconhecer que existe um conjunto de líderes trabalhando para o país sair da crise e outros trabalhando para o país não sair da crise. É lamentável. Eu, que fui deputado federal e senador, ver o Congresso Nacional brasileiro dividido em algo que qualquer um não poderia acreditar se não estivesse vendo acontecer”, declarou.

Segundo o governador, é preciso que haja um movimento de fora pra dentro do Congresso para barrar a ofensiva que, segundo ele, está trabalhando para inviabilizar politicamente o país. “Tem uma parte no Congresso trabalhando claramente para inviabilizar politicamente o país e ampliar a crise. O que está em jogo não é mais o governo é o país”, ressaltou.

Contas da presidente

O governador Wellington Dias disse que achou “estranho” o resultado do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff no Tribunal de Contas da União, na noite de ontem (07). O TCU recomendou ao Congresso a rejeição das contas da presidente, devido a irregularidades, como as chamadas “pedaladas fiscais”, os ministros entenderam que as contas não estavam em condições de serem aprovadas. 

“Eu não posso deixar de entender como estranho como esse processo aconteceu. O que o Tribunal de Contas faz é dar o seu posicionamento, cabe agora o Congresso Nacional, que na verdade é quem faz o julgamento, julgar as contas. É bom lembrar que essas contas são do ano de 2014 e não tem haver com este mandato”, afirmou o governador, insinuando que não há motivos para solicitar o impeachment. 

O chefe do executivo estadual lembrou que somente com a votação dos vetos presidenciais é que poderá ser avaliada a situação política no país. Para ele, se os vetos caírem, a governabilidade ficará inviável. 

“A situação política vai ser balizada na próxima semana, encerrando a votação das chamadas ‘pauta bomba’ que hoje é a pauta mais importante do Brasil, porque tira uma espada de canos da cabeça do país. Você tem hoje não o governo na berlinda, mas pensar na possibilidade da derrubada dos vetos e inviabilizaria o país você teria cerca de R$ 56 bilhões acima do que o país pode pagar. Causaria um estrago muito grande no Brasil”, analisa Wellington Dias.

Eduardo Cunha

O governador Wellington Dias Dias (PT) disse que cabe ao Congresso Nacional tratar sobre a investigação do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). O gestor ressalta que a decisão de renúncia é de foro íntimo e que deve ser tomada de forma individual. 

"Eu tenho uma tese que vale para qualquer brasileiro. Ninguém pode ser condenado, antes que o crime transite em julgado. Isso vale para o meu partido, para o PMDB ou qualquer outro. É a constituição brasileira quem dita", disse Dias.

Nessa quarta-feira (07), representantes de sete partidos assinaram um documento e entregaram a Corregedoria da Câmara dos Deputados, pedindo que as denúncias de envolvimento na Lava Jato do presidente da Câmara sejam investigadas. 

Segundo o governador, o problema do país é que as pessoas, primeiro são condenadas, para depois se começar a investigação. "Quantos inocentes, depois do julgamento, não conseguiram provar que não eram culpados? Então, quem vai voltar atrás no julgamento? Portanto, acredito que quem tem que tratar desta questão é o Congresso e só Cunha pode tomar a decisão. É um direito individual, uma decisão de foto íntimo", destacou o governador.

Caroline Oliveira e Herlon Moraes
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