A Comissão de Ética da Fifa divulgou, nesta quarta-feira, um parecer negativo com relação à suspensão de Joseph Blatter e Michel Platini, expedida no início de outubro. Apesar da tentativa da defesa, a entidade máxima do futebol negou os recursos apresentados contra o gancho de 90 dias atribuído, o que os impede de exercerem qualquer atividade ligada ao futebol até o início de janeiro.
Em um dos anos mais conturbados da história política da Fifa, que contou escândalos de corrupção e até renúncia ao mandato, já que Blatter não tomou frente da instituição em maio por temer represálias, tanto o suíço quanto o francês passaram a ser investigados pela Justiça suíça por conta de transações bancárias mal explicadas. No ano de 2011, o presidente da Fifa teria transferido 1,8 milhões de francos suíços (cerca de R$ 7,7 mi) a Platini em troca de serviços prestados até 2002.
Até os tempos atuais, tais serviços não foram explicitados e, na mais recente de suas declarações, Blatter se limitou a classificar o acerto com Platini como um "acordo de cavalheiros". Afastado do cargo de presidente até janeiro, o suíço - que recentemente encarou problemas de saúde - está sendo substituído pelo camaronês Issa Hayatou, mas deve retomar suas funções antes mesmo da cerimônia da Bola de Ouro, marcada para 11 de janeiro.
Já Michel Platini segue com o futuro incerto. Afastado do comando da Uefa, e substituído por Ángel Maria Villar, o francês vê não só a unanimidade no continente europeu arriscada, mas também o seu plano de candidatura à Fifa. Cotado como um dos favoritos para suceder Blatter desde a convocação das novas eleições, que acontecerão em fevereiro de 2016, Platini terá a candidatura avalizada pelo Comitê de Reforma e de Ética da Fifa após o término da suspensão.
Não bastasse os obstáculos legais, o presidente da Uefa agora encontra concorrência dentro da própria entidade. Diante dos escândalos, o corpo diretivo da Uefa optou por apoiar a candidatura de Gianni Infantino, que foi braço direito de Platini nos últimos sete anos. Além dele, estão oficializados na corrida eleitoral Jérôme Champagne, ex-assessor de Blatter, Tokyo Sexwale, empresário sul-africano, Salman bin Ebrahim Al Khalifa, presidente da Confederação Asiática, e Ali Bin Al Hussein, príncipe da Jordânia.
Fonte: FOOTSTATS
