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Moradores do Parque Torquato Neto temem despejo e recorrem à Câmara

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Temendo o despejo do terreno onde residem desde junho do ano passado, logo após a desapropriação dos apartamentos do Minha Casa Minha Vida, moradores do Parque Torquato Neto, zona Sul de Teresina, compareceram em peso à Câmara Municipal de Teresina, nesta quinta-feira (10). Eles participaram da audiência pública que aconteceu para intermediar as negociações para que continuem no terreno.

Os representantes dos moradores presentes na audiência, entre crianças e adultos, segurando cartazes, relataram as dificuldades nas negociações para que continuem no terreno, que foi doado por um empresário logo após a primeira desapropriação.

Daiane Ferreira, presidente da Associação dos Moradores do Parque Torquato Neto, diz que foram muitas as dificuldades no início. “A primeira casa que foi construída foi a minha. Éramos cinco famílias, que também não tinham pra onde ir, debaixo de uma casinha coberta com uma lona. Tivemos que fazer mutirões em busca de alimentos, com crianças. Foi muito difícil. Muita gente vendeu tudo o que tinha pra construir uma casinha de taipa”, diz a líder comunitária.

O prazo que a Justiça determinou para que os ocupantes abandonem o terreno finaliza na próxima terça-feira (15). A coronel Júlia Beatriz, coordenadora de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar, diz que as negociações já se estendem por seis meses e, que, caso a Justiça mantenha a determinação, a Polícia Militar se verá obrigada a proceder com a desapropriação.

 

Medidas

Os vereadores Edilberto Borges, o Dudu (PT), e Gilberto Paixão (PT), que propuseram a Audiência, tiveram falas no mesmo sentido: ambos desejam que a Prefeitura de Teresina assuma a responsabilidade na intermediação do conflito.

“A Prefeitura já agiu anteriormente em outras situações similares, inclusive comprando um terreno do Residencial Rosa Luxemburgo e da Palitolândia, que já foi alvo de disputa semelhante, antes. Basta que o prefeito Firmino Filho declare a área como de interesse social, para que as famílias possam permanecer no local”, afirma Dudu.

A Audiência resultou em quatro encaminhamentos, que serão enviados à Prefeitura de Teresina: que a SEMDUH faça um cadastro social das famílias que vivem no terreno ocupado; que a Procuradoria Geral do Município peça a suspensão da ação para que haja mais tempo de negociação; que a Coronel Júlia Beatriz consiga um maior prazo, para que os encaminhamentos sejam analisados, e que, por fim, o prefeito Firmino Filho declare a área como de interesse social.

Além das lideranças comunitárias e dos moradores, estiveram presentes o procurador do Município, Ari Ferreira; a coordenadora de Habitação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH), Rogéria Sousa; o vereador Coronel Edvaldo Marques (PSB), que presidiu a Audiência.

 

Da Redação
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