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Twitter completa dez anos em meio a mudanças na timeline e crise financeira

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Com cerca de 320 milhões de usuários ativos, o Twitter completa dez anos nesta segunda-feira (21). Nesse período, a rede social passou por momentos de euforia e, mais recentemente, de decepção. Além de simplificar o contato entre famosos e anônimos, veículos de comunicação e seus leitores, a plataforma das publicações de 140 caracteres mudou a forma como os usuários se informam ao propor um limite às postagens. Entretanto, o serviço segue dando prejuízo e está cada vez mais em desvantagem frente a outras redes sociais no que diz respeito ao número de usuários.

O Twitter surgiu a partir da Odeo, site que transformava uma mensagem deixada por alguém em um arquivo MP3 que podia ser acessado pela internet, ou seja, uma plataforma de podcasts. A invenção foi criada pelo desenvolvedor Noah Glass, depois comandada pelo ex-funcionário do Google Evan Williams e teve grande participação de Jack Dorsey e de outros personagens, como o engenheiro Blaine Cook. No entanto, na mesma época, a Apple anunciou que teria um serviço de podcasts em todos os seus iPhones, notícia que fez com que a equipe decidisse mudar seu rumo.

Foi nesse cenário que o famoso microblog nasceu com características únicas. De acordo com dados da rede social, cerca de 53% dos usuários utilizam o Twitter para descobrir o que está acontecendo naquele momento. Por conta disso, a rede social já foi usada em diversos episódios políticos, econômicos e culturais.

Em 2009, uma foto postada pelo usuário @jkrums no Twitter do avião que caiu no rio Hudson, em Nova York, foi a primeira imagem do episódio, mostrando o potencial da rede social em divulgar as notícias antes mesmo da imprensa tradicional. Em 2011, a plataforma foi ferramenta mais utilizada para documentar a Primavera Árabe. Já em novembro de 2012, Barack Obama publicou, ou melhor, tweetou, uma foto celebrando a reeleição como presidente dos Estados Unidos junto à primeira-dama Michelle Obama. A publicação se tornou a mais compartilhada do Twitter. O recorde foi superado apenas em março de 2014, quando a apresentadora Ellen DeGeneres tweetou uma selfie com diversos atores durante a cerimônia do Oscar daquele ano. A publicação foi retweetada cerca de 3,3 milhões de vezes.

Mudanças poucas, porém significativas

Aliás, a introdução de um dos principais símbolos do Twitter não foi pensada pelos fundadores da plataforma. A hashtag (#) só passou a ser usada em agosto de 2007, após uma sugestão do usuário Chris Messina, hoje desenvolvedor no aplicativo Uber. E foi só em 2013 que a empresa finalmente realizou a sua oferta pública de ações (IPO).

Nestes dez anos, a rede social recebeu pequenas alterações, como a recente mudança que passou a exibir tweets por ordem de relevância na página inicial do Twitter e os melhores da rede social por meio do recurso chamado de Highlights (Destaques em português), mas já foi alvo de boatos sobre alterações significativas. Há algumas semanas, o site Re/code divulgou que o Twitter estava preparando um recurso que permitiria a usuários publicar tweets de até 10 mil caracteres, o que foi desmentido pelo CEO e cofundador Jack Dorsey.

Há também uma tentativa em curso do Twitter de deixar de lado a ordem cronológica e apostar em algoritmo como as demais redes sociais. Segundo o The Verge, o teste já começou e funciona como uma extentão do recurso conhecido por "Enquanto você esteve ausente", que faz um copilado dos perfis com os quais você mais se comunica e também aqueles com mais audiência. Ainda em fase de testes, a medida vem causando revolta por parte de alguns usuários.


Crise financeira

Mesmo sendo considerada como uma das maiores novidades tecnológicas dos últimos anos, a plataforma enfrenta atualmente uma grande crise, já que o crescimento de usuários não acompanha a de outras redes sociais, como o Facebook, que atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos diariamente, e o Instagram, que passou dos 400 milhões de perfis cadastrados.

Na época de seu lançamento, o Twitter era visto como uma das principais apostas para os investidores. Eles acreditavam que a plataforma daria retorno rapidamente, mas a realidade se mostrou bem diferente. A rede social terminou 2015 com um prejuízo de US$ 90 milhões (cerca de R$ 327 milhões). Para tentar aumentar o número de usuários e evitar novas perdas financeiras, Jack Dorsey, um de seus fundadores, retornou ao cargo de CEO em 2015, depois de Dick Costolo deixar o cargo em meio a insatisfação dos acionistas.

Nos últimos anos, em um claro esforço de retomar seu prestígio, a rede social passou a ser mais multimídia, oferecendo aos usuários a possibilidade publicar mensagens com fotos, vídeos, gifs e até emojis. A plataforma também criou ferramentas como o Moments e integrou outras redes sociais da empresa, como o Periscope e o Vine. Resta saber se vai ser suficiente para voltar a crescer e se manter viva nos próximos dez anos.

Fonte: IG

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