O banqueiro Daniel Dantas disse nesta quinta-feira (14) que o delegado Protógenes Querioz, da Polícia Federal, quer "criar dificuldades".
O delegado Protógenes comandou a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo por crimes financeiros. Dantas também foi acusado de tentar subornar outro delegado, Victor Hugo Alves, para que o seu nome fosse excluído das investigações.
Dantas deu a declaração ao chegar ao prédio da Justiça Federal em São Paulo, onde serão ouvidos o delegado Protógenes, o delegado Victor Hugo e um escrivão da PF como testemunhas no processo que acusa Dantas, o ex-presidente da Brasil Telecom Participações Humberto Braz e o consultor Hugo Chinacoini de suborno.
Dantas, que participou de interrogatório na semana passada, mas ficou calado, voltará a ser ouvido nesta quinta-feira (14). Questionado sobre o que esperava do depoimento de Protógenes Queiroz, Dantas disse: "Ele tem um objetivo. (...) Acho que não é pessoal. (...) Acho que quer criar dificuldades."
Estão no prédio da Justiça Federal, além de Dantas, o procurador da República Rodrigo De Grandis, que denunciou Dantas, o advogado do banqueiro Nélio Machado, o advogado de Humberto Braz, Renato de Moraes, e a de Hugo Chicaroni, Maria Fernanda Muniz.
Defesa de Dantas
Nélio Machado disse que poderá fazer perguntas às testemunhas por meio do juiz, mas não quis adiantar o que vai questionar.
Após entrarem no prédio da Justiça Federal, os advogados das testemunhas tiveram de esperar alguns minutos antes de subirem para o andar onde ocorreria a audiência com as testemunhas, o que provocou protestos por parte de Nélio Machado.
"Se eu tinha alguma dúvida sobre meu cliente vai silenciar hoje, a dúvida acabou agora. Nélio Machado disse que, diante da situação, Daniel Dantas não responderá às perguntas "de jeito algum". "Com esse ambiente é inadmsissível", protestou.
O advogado reiterou as críticas que vem fazendo ao processo e disse que na quarta-feria (13) recebeu a cópia do vídeo que a Polícia Federal usa como prova no processo que acusa Daniel Dantas de suborno. Ele afirmou que as transcrições dos diálogos ainda não forem entregues.
Fonte: G1