O secretário de Governo, Merlong Solano, durante audiência na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) para discutir a situação da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), reapresentou a proposta do Governo divulgada na semana passada. Merlong também disse que uma das propostas apresentadas pelo Governo será o pagamento das progressões e promoções promulgada no ano passado, que serão feitas em duas parcelas: uma em junho e outra em outubro deste ano. Quando questionado pelos representantes da Uespi se o retroativo das promoções seria pago, e ele respondeu com não, acabou sendo novamente vaiado.
Ao apresentar as propostas do governo do Estado, Merlong Solano continuou sendo vaiado e interrompido por palavras de ordem proferidas pelos representantes da Uespi, que a todo momento faziam barulho na audiência. Uma das frases mais citadas foi “UESPI na rua, a greve continua”.
"No momento em que as finanças melhorarem é que o governo vai poder fazer o pagamento desse retroativo”, respondeu o secretário após os gritos de contestação, acrescentando que a UESPI já foi retirada da Lei 6.772, de enquadramento de servidores, que impedia a livre ascenção dos profissionais da instituição. “Isso é uma questão já resolvida. A Uespi foi retirada da lei de enquadramento porque o governo entende que ela cumpre função vital na sociedade".
Solano acrescentou ainda que a tratativa do governador Wellington Dias é de elaborar o Plano de Carreiras, Cargos e Salários dos técnicos administrativos para que ele seja votado em 2017 e que o pagamento dos bolsistas, que está atrasado, será pago no próximo dia 20. Ele afirmou ainda que a realização de concurso só poderá ocorrer em 2017. Além disso, de aordo com o petista, haverá a liberação de mais de R$ 20 milhões para ser investido em infraestrutura nos campi; sendo essa parcela fruto do empréstimo com o Banco Mundial que deve ser liberado ainda este mês. “Também queremos garantir mais de R$ 15milhões até 2018 para a Uespi. Sabemos que ainda é pouco, mas é o que a realidade econômica vai poder oferecer”.
Merlong falou da possibilidade de haver reajuste de servidores ainda este ano. Finalizando sua fala, ele disse que “a UESPI está esticando a corda com uma greve que não trará benefícios para a universidade. As pessoas têm que compreender as possibilidades do governo atual, e analisar a demanda de proposta de acordo com a capacidade de recursos”.
Em resposta aos esclarecimentos do secretário, os grevistas concordaram que ela praticamente não avançou e como encaminhamento do encontro, solicitaram uma reunião com o governador Wellington Dias para apresentarem mais uma vez suas demandas e conseguirem mais espaço nas negociações.
"Apenas em relação aos bolsistas nós fomos contemplados, já que foi anunciado que os atrasados devem ser pagos logo. Exigimos o reajuste porque o último foi em 2013, estamos há 3 anos já sem reajuste. Também exigimos a convocação imediata dos 54 classificados em concurso e a realização de novos concursos. Não aceitamos o discurso de que o Piauí é pobre, R $ 25 milhões é o mínimo para a Uespi e as promoções devem ser pagas com retroativo, porque é direito adquirido. Queremos que o governo apresente uma proposta decente, não o que eles mandaram por e-mail, uma proposta mal escrita e indecente", concluiu a presidente da ADCESP.
Matéria Original
Cerca de 100 pessoas, dentre estudantes, professores e técnicos da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), estão, na manhã desta quarta-feira (18), na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa (Alepi) para acompanhar a audiência proposta pelo deputado Luciano Nunes (PSDB), para tratar sobre os problemas da instituição, que está em greve há exatamente um mês, desde do dia 18 de abril.
A categoria afirma que vai realizar hoje de forma simultânea à audiência uma Assembleia Geral para deliberar sobre as propostas apresentadas pelo governo. A presidente da Associação dos Docentes da UESPI (Adcesp), Lina Santana, afirmou que a proposta do governo do Estado não contempla as necessidades dos alunos, técnicos e professores e que a Associação está exigindo que o Estado oficialize o documento com as propostas, que só foi enviado por e-mail à classe.
"Queremos a revogação da Lei 6772, que determina a promoção a professores e técnicos, porque para nós ela não contempla a categoria. Além disso, queremos melhorias salariais, melhor infraestrutura como um todo e garantia de melhor qualidade da educação", elencou Lina.
Em seu pronunciamento, a presidente reivindicou a autonomia da Universidade, que hoje faz parte da conta única do Estado e a imediata ascenção de cargos, que foi promulgada e publicada em agosto do ano passado e ainda não foi implementada pelo Governo. "Retirar a UESPI do corpo da lei fere moralmente a instituição e todos os que dela fazem parte. Além disso, queremos as promoções dos técnicos e professores, que já são direito adquirido e não deve ser pago parcelado, como o governo está propondo"
O grupo reivindica melhorias para Uespi, que vão desde benefícios aos técnicos e servidores, campanha salarial dos docentes para 2016 e melhoria na infraestrutura da universidade para os alunos.
Estão presentes também os deputados João de Deus, Evaldo Gomes, Liziê Coelho, Georgiano Neto, Cícero Magalhães, Antônio Felix, Aluisio Martins, o secretário de Governo, Merlong Solano, e o reitor da Uespi, Nouga Cardoso.
Flahs Lyza Freitas
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