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Por falha da CBF, traças destroem camisas das Copas de 34, 54, 58 e 82

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A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) destruiu o sonho do empresário mineiro Omar Peres. Quando ainda era criança, o homem de 57 anos de idade recebeu um tesouro de presente do pai, o ex-lateral direito da seleção brasileira Sylvio Hoffmann: a camisa com a qual ele jogou a Copa do Mundo de 1934, na Itália. 

Divulgação

Omar a guardou com carinho por toda a vida e, há 16 anos, resolveu doá-la ao Museu da seleção brasileira, mas a entidade deixou que o uniforme fosse comido pelas traças.

Tentando se explicar, a CBF informou que a camisa foi doada quando ainda não havia condições adequadas para o armazenamento de materiais. "Em 2006, a CBF criou a Gerência de Memória e Acervo, que, ao iniciar o trabalho de catalogação das peças, encontrou algumas em mau estado de conservação", disse a entidade em nota oficial.

Quem deu a má notícia a Omar Peres foi o gerente de Memória e Acervo da CBF, Antonio Carlos Napoleão, dizendo ainda que as pragas haviam destruído também as camisas de Veludo, goleiro brasileiro na Copa de 1954, na Suíça, e de Oreco, lateral que disputou o Mundial de 1958, na Suécia. Além disso, as traças também acabaram com uma camisa usada por Zico na Copa de 1982, na Espanha.

No total, 23 peças de partidas amistosas da seleção brasileira também se perderam. Peres, que entregou a camiseta do pai nas mãos do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, pediu fotografias do que restou dela - e caso a prova seja negada, ele pretende processar a entidade e pedir uma indenização pela sua perda.

Omar Peres indignado

“É inacreditável, uma vergonha. Guardei a camisa a minha vida inteira, como uma relíquia, porque meu pai disse que era a única camisa da Copa de 1934 que existia. Agora, foi jogada no lixo. Eu não quero ser leviano, mas se ela estragou, tem que ter foto documentando. Eles têm que me provar o que dizem que aconteceu”, afirmou o empresário.

“O gerente afirmou que assumiu o cargo e já encontrou o material deteriorado, mas eu entreguei em perfeitas condições. Se eles não tinham condições de cuidar, que me devolvessem. O compromisso foi de que a camiseta ficaria exposta. É um patrimônio que eu quis deixar para o público. 

Há uns 20 anos levei a camisa à casa de leilões Sotheby’s, em Londres, para uma avaliação e o leiloeiro disse que era muito valiosa, com lance inicial de uns 100 mil dólares (aproximadamente R$ 313 mil)".

Explicação da CBF

Na carta enviada a Peres, Antonio Carlos Napoleão disse que, ao assumir o cargo, em 2008, pediu a retirada das peças do acervo e biblioteca da entidade, no Rio de Janeiro. Foi durante esse processo que foram verificadas diversas perdas por conta de cupim, traças, fungos e parasitas. 

Entre o que foi perdido, também estão documentos de valor histórico, como atas de reuniões dos anos 30, exemplares do livro oficial Fifa das Copas de 1934, 1938, 1950 e 1954 e relatórios oficiais da própria CBF.

Sylvio Hoffmann, pai de Omar e que esteve na Copa de 1934, nasceu no Rio de Janeiro em 1908 e morreu em 1991. Começou a carreira aos 17 anos, no Vasco, passando também por Fluminense, São Cristóvão, Santos e Peñarol, do Uruguai.

Ainda pouco conhecido, o Museu da seleção na CBF tem cerca de 1.000 m² e foi aberto há dois anos para guardar a memória do futebol brasileiro. O visitante pode ver fotos históricas, réplicas das taças das cinco copas conquistadas pelo Brasil, além dos uniformes oficiais - e algumas réplicas - de todas as camisas usadas pela seleção. Menos essas que foram destruídas pelas traças.

Fonte: IG

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