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Dividida, bancada do Piauí avalia impeachment da presidente Dilma Rousseff

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Um misto de decepção e esperança. Assim pode ser definida a bancada do Piauí em Brasília após a concretização do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ela foi deposta do cargo na tarde desta quarta-feira (31) no Senado Federal por 61 votos a 20.

Entre os otimistas está o senador Ciro Nogueira (PP). O parlamentar acredita que agora o país tem condições de voltar à sua estabilidade. "A minha expectativa é que se tenha a volta da estabilidade, da retomada de crescimento do país", disse ao Cidadeverde.com

Ainda segundo Ciro, o Brasil chegou ao fundo do poço com o processo de impeachment, prejudicando inclusive investimentos externos.

"O país chegou ao fundo do poço em relação à sua credibilidade. Existe uma montanha de dinheiro externo com remuneração negativa esperando para vir ao país. Para esse dinheiro  voltar a ser investido, precisamos recuperar nossa credibilidade nas avaliações de riscos do mundo", avaliou o senador, ressaltando não temer retaliações no Piauí por ter votado a favor do impeachment.

"É um fato superado", disse.

O deputado federal Flávio Nogueira (PDT) disse que o impeachment de Dilma Rousseff será julgado pela história. "É um momento que ficará pra a história julgar", declarou.

Ainda segundo Nogueira, o destino do país dependerá agora do Congresso Nacional e das ruas. "Não posso no momento fazer futurologia. Entretanto, acho, que no início dependerá muito do Congresso Nacional, e um pouco mais adiante do humor das ruas", afirmou ao Cidadeverde.com.

Para o deputado federal Rodrigo Martins (PSB), a saída da presidente é uma demonstração de que ninguém está acima da lei.

"O impeachment da Dilma é a demonstração que ninguém está acima da lei. Que qualquer um, tendo mandato ou não, pode é deve ser punido se cometer crime", disse ao Cidadeverde.com.

Já para o deputado Assis Carvalho (PT), houve uma ruptura da democracia com o impeachment da presidente.

"Houve ruptura à democracia. Aplicam um princípio parlamentarista num regime presidencialista. Cassam uma presidenta sem crime de responsabilidade, porque perdeu maioria no parlamento", declara.

Na opinião do petista, o Senado abriu um precedente perigoso para o país. "Os parlamentos estaduais e municipais poderão chantagear os governadores e prefeitos. E essas chantagens sairão caras para a sociedade brasileira como sairá caro esse golpe", afirmou.

A votação

Ao votar pelo impeachment, a maioria dos senadores entendeu que Dilma Rousseff descumpriu a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal por ter editado decretos suplementares sem o aval do Congresso e por ter repassado com atraso recursos do Tesouro para o Banco do Brasil pagar a equalização dos juros do Plano Safra.

A votação que consistiria numa única pergunta aos senadores foi dividida em duas questões. Na primeira, os senadores foram indagados se Dilma cometeu esses crimes. Por 61 votos a 20, eles responderam sim. Na segunda votação, decidiram por 42 a 36 que ela poderá ocupar cargos públicos. Três senadores se abstiveram.
 
Hérlon Moraes
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Tags: impeachment