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Para Sindicato, criação de empresa de serviços hospitalares privatiza a saúde

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O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Piauí (Sindespi) se manifestou contra a proposta de criação da Empresa Piauiense de Serviços Hospitalares (EPISERH), nos moldes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada pelo Governo Federal para administrar os hospitais universitários federais. Para o Sindicato, a medida é uma forma maquiada de privatização da saúde pública estadual.

O projeto de lei que propõe a criação da EPISERH, PL 52/2016, foi enviado à Assembleia Legislativa pelo Governo do Estado no mês de outubro e prevê a contratação de servidores para a área da saúde sob o regime celetista e não mais estatutário. Também está prevista a contratação de servidores temporários, por período de dois a cinco anos, por meio de processo seletivo simplificado durante o período de implantação da Empresa. A EPISERH seria responsável pela administração e prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais da rede pública estadual.

“O Sindespi repugna veementemente essa forma que o Governo encontrou para privatizar o sistema de saúde. Nós, como movimento sindical, estamos de olho. A criação da EPISERH vai viabilizar a PEC 241 no Piauí. Assim, não se abre novos postos de saúde via concurso público, o servidor de carreira não poderá exercer qualquer função dentro das unidades de saúde, não serão criados e executados planos de cargos e carreiras para os que estão na luta da saúde no dia a dia”, declara Dorinha Vieira, presidente da Comissão Gestora Sindical Interina do Sindespi, ressaltando que “o governador iniciou seu plano de privatização dos hospitais pelo serviço de nutrição, sendo estendido aos serviços de lavanderia, zeladoria, recepção”.

A sindicalista afirma que a solução para a melhoria do serviço de saúde no Piauí não é “a criação de uma empresa que se diz pública, mas que tem cunho privado” e sim a melhoria das condições de trabalho e a valorização dos servidores das áreas administrativa e de atendimento: enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, bioquímicos, nutricionistas, técnicos e auxiliares de enfermagem e técnicos administrativos. “O Sindespi repugna a forma como o governador vem tratando os servidores da saúde do Estado do Piauí. É lamentável a forma desrespeitosa com que os servidores que fazem a saúde deste estado estão sendo tratados por quem administra hospitais e ambulatórios. Nos entristece saber que o governador vem das bases populares, dos movimentos sindicais. Ele sabe que a privatização é a pior forma que tem de administrar o estado, pois massacra os servidores”, afirma.

O Sindicato defende as seguintes medidas para a melhoria da produtividade dos servidores e da resolutividade das unidades de saúde: pagamento de salário digno pagar plantões, pagamento de horas extras, melhorar das gratificações por produtividade, implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários para todos os níveis, tanto administrativo como assistencial, oferta de qualificação para todos os profissionais, oportunidades de crescimento profissional, melhores condições de trabalho, melhor relação com patrão-Governo. “Isso melhoraria as condições de vida de quem faz o sistema, com certeza se refletindo em melhor serviço para o usuário”, argumenta Dorinha Vieira.

 

Da Redação
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