Um preso da Colônia Agrícola Penal Major Cesar Oliveira, de regime semiaberto, foi raptado e levado para fora da unidade, onde sofreu uma tentativa de homicídio. Ele foi identificado como Francisco de Assis Barbosa de Resende.

Ele foi surpreendido pelos suspeitos dentro da cela e arrastado para fora da unidade. Um vídeo gravado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) mostra que as grandes de acesso ao alojamento B da penitenciária possuem buracos o suficiente para passagem de um adulto de estatura mediana. 

A esposa da vítima, que preferiu não ser identificada, relatou como ocorreu a ação, realizada no domingo (23), mas que só veio à tona nesta quinta (27).  "Ele me falou que por volta das 3 horas da manhã, estava dormindo, coberto com um cobertor. Eram quatro homens e duas mulheres. Tocaram nele. Na hora que ele tirou o cobertor, botaram a arma nele e disseram que ele iria morrer. Eles o chamaram para dar uma volta, e ele ficou perguntando por que iria morrer. Eles só falavam: você sabe", comentou.

Ela disse ainda que o marido permanece internado em um hospital aguardando uma cirurgia. Ele levou um tiro no rosto e precisa de uma intervenção cirurgia para a reconstrução do maxilar. 

Um irmão da vítima, que também cumpre pena na Major Cesar, fugiu com medo de ser o próximo alvo.

De acordo com relatos colhidos pelo Sinpoljuspi, os bandidos estavam encapuzados e armados com pistola. Há pelo menos seis pessoas envolvidas no caso, e o grupo ficou a cerca de 30 metros de distância  dos agentes penitenciários. Um indicativa da vulnerabilidade dos profissionais. 

"Os dois irmãos se encontravam na Major Cesar. Um analisou que toda essa situação do irmão que no outro dia fugiu com medo de morrer e até hoje não foi localizado", disse o diretor Kleiton Holanda, acrescentando que essa foi a terceira evasão no local nos últimos seis meses. 

A atual estrutura da Major Cesar facilita esses tipo de ação por possuir características diferenciada: não possui muros, o entra e sai de presos é constante, alguns internos se aproveitam da semiliberdade e desrespeitam as regras. Existem denuncias de que detentos que deixam a unidade às escondidas para fazer assaltos na vizinhança e retornam em seguida. Falhas na estrutura física dificultam o trabalho dos agentes penitenciários.  

A  Secretaria Estadual de Justiça não se pronunciou sobre o caso até o fechamento da reportagem do Jornal do Piauí, exibida nesta quinta-feira (27), disponível na integra no vídeo acima. 

 

Carlienne Carpaso
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