O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (10), em sua primeira entrevista exclusiva a portais de Internet, que o governo pode cortar gastos caso a crise financeira internacional se torne mais grave e exija esse tipo de medida
O presidente voltou a descartar adotar um pacote para enfrentar as conseqüências da crise.
?Meu papel é passar serenidade para a sociedade brasileira. Falar a verdade absoluta ao povo brasileiro. Na medida em que essa crise chegar ao Brasil e tiver implicação na diminuição dos investimentos ou o governo for obrigado a diminuir os investimentos, com a mesma serenidade que estou dizendo que o Brasil está num momento bom, eu vou dizer: companheiros, amigos e amigas, a situação está se agravando e nós vamos ter que fazer isso, fazer isso e fazer aquilo. E anunciar as medidas?, disse.
O presidente reclamou das pessoas que criticam sua serenidade em relação a crise e comparou sua posição a de uma visita a um paciente no hospital.
?Tem gente que fala: mas o presidente está muito otimista, não ta vendo a crise. Ora, meu Deus do céu. Eu sou o tipo de gente que quando vai visitar alguém no hospital, não fico contando para ele quantas pessoas já morreram daquela doença. Eu fico contando para ele daquelas pessoas que tiveram a doença e se curaram. Ou eu fico falando de outra coisa para não falar da doença. Porque tem gente que vai no hospital visitar um coitado que está quase na fase terminal e começa: ah, ontem morreram três com essa mesma doença, ontem morreram quatro. Eu não sou esse tipo de gente?, argumentou.
Pacote
Lula voltou a dizer que não haverá restrições orçamentárias nos programas sociais do governo. Segundo ele, essas políticas custam barato e ajudam a acabar com a fome das pessoas.