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Professor preso por racismo volta a ser investigado após denúncia de ameaças na web

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A DJ Laís Rocha, de 26 anos, esteve na Delegacia da Mulher para denunciar as ameaças que está sofrendo realizadas pelo ex-professor Frabrízio Cunha, que já foi preso por racismo em junho do ano passado. As ameaças começaram na última quarta-feira(25) e continuaram ontem. 

A DJ usou seu perfil no Facebook para denunciar e depois resolveu procurar a delegacia quando viu que elas não iriam parar. Fabrízio estaria começando na profissão de DJ, que foi quando Laís o conheceu. 

“Ele pediu para tocar numa festa e eu disse que o line (lista) estava fechado, precisou só disso para ele começar a me atacar. Começaram quarta pela manhã, quando mostrou a arma de fogo e na manhã seguinte foi com a faca. E agora mesmo está me perguntando se eu aquietei o facho”, afirmou a estudante de engenharia. 

Inicialmente, a audiência na Delegacia da Mulher estava marcada para o dia 07 de novembro, mas como as ameaças continuaram foi antecipada para segunda(30). Laís está com medo. “Faltei uma prova hoje porque ele mora lá perto, e não tive coragem de ir”, destacou. 

A DJ não conhece o suspeito pessoalmente. “Só tive contato via rede social, ele veio por queira indicações e dicas, pois estava começando a tocar”, acrescenta Laís Rocha. 

Ameaças nesta sexta 

As ameaças continuam mesmo depois do caso ter tido repercussão e ela ter ido prestar queixa. “Ele mandou uma mensagem para um conhecido meu dizendo ‘eu vou eh matar essa cachorra bem ai’”. 

Ele ainda mandou um áudio ameaçando a polícia, relembrando inclusive do dia que foi preso, me junho do ano passado. "Eu quero que invadam minha casa de novo, aqueles policiais que ou o cara me dá um tiro ou eu enfio mesmo, meu amigo, bem no pescoço para jorrar sangue. É porque eles me pegaram desprevenido, apontando três armas para mim, mas se não atirarem eu vou bem no pescoço de um deles. O aviso está dado para a polícia, se vier aqui", afirmou Frabrizío em outro áudio enviado à DJ. 

Polícia 

A delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher Centro, disse que ele está sendo investigado por ameaça de morte. “É uma violência contra a mulher, fere o código penal, tentativa de feminicídio é crime. Ele usa as redes sociais para fazer uma ameaça velada. Estamos trabalhando, investigando e ele pode ser preso se violar os direitos”, declarou.

Sobre as declarações contra a polícia, a delegada informou que ele não tem que se preocupar é com a lei. “Tem que ter medo é da lei e não da polícia. Nós, operadores do Direito, não estamos preocupados se ele tem medo ou não de nós. Ninguém está acima da lei dos homens e da lei de Deus”, rebateu a delegada Vilma Alves. 

Outro lado 

Fabrízio Cunha confirmou ao Cidadeverde.com que recebeu a intimação da polícia e que vai comparecer para dar suas explicações. Ele confessa que fez as ameaças e disse que começou porque a estudante teria dito que iria colocar “uns caras para baterem”. “Como eu não sei lutar, se eu for atacado na rua, eu tinha que reagir de uma maneira a dar medo nela e fui com palavras de baixo calão. Botei para chutar, fui com tudo”, declarou. 

Ele disse que é formado em História, mas que está sem exercer a profissão de professor e que começou um curso para ser DJ há cerca de um mês e está na metade do curso. 


Caroline Oliveira
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