Visivelmente abalada, Sabine Amorim, 16 anos, que estudava na mesma escola de Eloá, reclamou do pouco tempo que teve para visitar o corpo da vítima. Sabine disse que conhecia Eloá há três anos e queria mais tempo para poder se despedir da amiga. Ela considerou como "uma injustiça" o desfecho do seqüestro. "Acho que elas não tinham noção do perigo, porque elas achavam que ele nunca ia fazer mal a elas", afirmou.
Lorena de Paula, 14 anos, que também freqüentava a mesma escola, acreditava que Eloá fosse ser solta e o fim não seria trágico. Ela contou que estava há dois dias sem dormir e, na última noite, sonhou com Eloá. Segundo Lorena, uma visita da escola ao parque Hopi Hari, organizada pela mãe de Nayara, foi cancelada por causa do seqüestro. Ela lembrou que Lindemberg ficou chateado porque não foi convidado ao passeio.
Lindemberg Alves, 22 anos, invadiu o apartamento da família da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, na tarde de segunda-feira da semana passada. Armado com um revólver, o jovem fez reféns, além da ex-namorada, uma amiga dela, Nayara, 15 anos, e dois colegas de escola, que estavam no local para fazer um trabalho para a aula. A ação foi motivada pela recusa de Eloá em reatar o namoro.
O seqüestrador libertou os dois adolescentes no mesmo dia. Nayara foi libertada no dia seguinte, após passar 33 horas no apartamento. Já na quinta-feira, Nayara voltou ao cativeiro. Segundo a polícia, a jovem foi chamada para ajudar nas negociações e decidiu entrar no apartamento por conta própria.
A polícia invadiu o apartamento por volta das 18h10 de sexta-feira, depois de mais de 100 horas de cativeiro. Eloá foi baleada na virilha e na cabeça, e Nayara, na boca. Segundo a Polícia Militar, os tiros partiram da arma de Lindenberg. Na ação, o jovem foi detido e Eloá e Nayara levadas para o hospital.