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Especialista em reprodução humana alerta para os perigos da inseminação caseira

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Inseminação caseira: À primeira vista, o nome parece estranho, mas o fato inusitado tem acontecido bastante e tem sido relatado em consultas médicas e também em fóruns da internet,  onde casais que tentam ter filhos tem recorrido a todo tipo de situação para realizar seu sonho. 

O procedimento consiste basicamente em buscar um doador de esperma, que não é anônimo e, em alguns casos, cobra determinada importância pela venda do sêmen, faz-se a retirada do material que será coletado num recipiente esterilizado ou até mesmo no preservativo e, em seguida, com o auxílio de uma seringa ou aplicador, faz-se a inseminação na cavidade vaginal da mulher, que deverá estar nos dias do seu período fértil. Na realidade, a intenção é fazer com que o esperma seja introduzido o mais próximo do colo do útero.

Segundo o médico especialista em reprodução humana, Anatole Borges, algumas pessoas acreditam, que fazendo isso conseguirão que os espermatozoides sejam lançados diretamente no colo do útero sem que tenham contato com a acidez da vagina.

Quem adere a essa prática são normalmente mulheres com pouco ou nenhum muco cervical, que tenham indicação para o uso de indutores de ovulação, homens que tenham baixa quantidade e motilidade dos espermatozoides ou casais homoafetivos.

“Quando um casal está há muito tempo tentando gerar um filho sem resultado, todas as possibilidades de tentativas passam pela sua cabeça. Já ouvi muitas histórias como essa no consultório e isso mostra o quanto o sonho de ter um filho mexe com as pessoas. Apesar de não haver há qualquer restrição legislativa proibindo o procedimento doméstico, ele é contra indicado e oferece riscos” alerta o especialista.

No procedimento caseiro, costuma-se utilizar materiais não esterilizados, correndo sérios riscos de contrair algum tipo de infecção, visto que a região da vagina é propícia à proliferação bacteriana, ou ainda, riscos de perfurações, devido à má utilização de instrumentais. Tudo isso para introdução de um sêmen praticamente sem espermatozoides vivos, já que a maioria destes morrem em contato com o ar.

“Uma gravidez por vias não naturais requer cuidados, tanto físicos como psicológicos e, até mesmo, éticos. Para o processo da “inseminação artificial caseira”, a mulher precisa do sêmen de um doador, cuja compra é proibida no Brasil, sendo os bancos de sêmen gerenciados pelas clínicas de fertilização, como forma de garantir que sejam tomadas todas as medidas de biosegurança e seguidas as orientações e resoluções do Conselho de Medicina”, frisou Borges.

Além disso, o procedimento caseiro aumenta as chances da mulher contrair doenças sexualmente transmissíveis, pois não se sabe ao certo qual o estado de saúde de quem fornece o sêmen. Assim quem se submete a inseminação caseira pode adquirir doenças as mais diversas como HIV, Sífilis, entre outras.

Numa clínica de reprodução, existe um processo preparatório que aumenta as chances da inseminação resultar em gravidez: desde remédios que induzem a ovulação, preparação do sêmen, que precisa estar capacitado para a técnica [essa capacitação só é possível em tentativas de gravidez por vias naturais ou em laboratório, passando por processos de centrifugação e seleção dos melhores, até o apoio psicológico no decorrer do tratamento.

Assim, o ideal é sempre procurar um médico de sua confiança e realizar um processo de inseminação dentro de toda a biosegurança disponível. “Correr riscos e alimentar esperanças por uma gravidez que, provavelmente, não chegará a se concretizar, só prejudica o sonho de ser mãe ou pai”, alertou o especialista em reprodução humana.

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