O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu desculpas sobre caso envolvendo vazamento de dados com a consultoria Cambridge Analytica
As declarações foram dados em um post no perfil de Zuckerberg na rede social, na primeira vez que falou sobre a crise institucional que fez o Facebook perder quase US$ 50 bilhões em valor de mercado em dois dias.
Neste domingo (18), o Facebook informou que está investigando o vazamento de dados provocado por uma empresa britânica que trabalhou para a campanha de 2016 do presidente americano, Donald Trump. A empresa de consultoria Cambridge Analytica manipulou informação de mais de 50 milhões de usuários da rede social nos Estados Unidos.
A companhia obteve as informações em 2014 e as usou para construir uma aplicação destinada a prever as decisões dos eleitores e influenciar sobre elas, segundo revelaram neste sábado os jornais "London Observer" e "New York Times".
Zuckerberg também disse que a companhia modificou sua política de distribuição de dados para aplicativos parceiros em 2014 e que esse problema não deverá se repetir atualmente. Mesmo assim, ele afirmou que a companhia vai aprimorar suas ferramentas de segurança e auditar os aplicativos parceiros.
"Embora essa questão específica envolvendo o Cambridge Analytica não deva mais acontecer com novos aplicativos hoje, isso não muda o que aconteceu no passado. Vamos aprender com essa experiência para proteger ainda mais nossa plataforma e tornar nossa comunidade mais segura", afirmou Zuckerberg.
"Esta foi uma quebra de confiança entre Kogan, Cambridge Analytica e Facebook. Mas também foi uma quebra de confiança entre o Facebook e as pessoas que compartilham seus dados conosco e esperam que o protejamos. Precisamos consertar isso", disse.
"Eu comecei o Facebook, e no final do dia sou responsável pelo que acontece na nossa plataforma. Estou falando sério sobre fazer o que é preciso para proteger nossa comunidade", completou Zuckerberg.
Reforço de segurança
O fundador do Facebook também citou as novas medidas de segurança que serão adotadas pela rede social para evitar que empresas usem os dados dos usuários. São elas:
investigação de aplicativos que tiveram acesso a grandes quantidades de informações de usuários antes da alteração na plataforma feita em 2014;
realização de auditoria em apps que tiverem atividade considerada suspeita;
todos os desenvolvedores terão de concordar em receber auditoria ou serão banidos da plataforma;
caso sejam identificadas más práticas, uso das informações coletadas por parceiros será proibido e Facebook vai informar as pessoas afetadas - isso inclui usuários afetados no caso Cambridge Analytica;
Facebook vai impedir que apps não usados por mais de 3 meses acessem a dados de usuários;
dados informados a um app ao fazer login será restrito a nome, foto do perfil e email
desenvolvedores precisarão de aprovação e também de contrato assinado para ter acesso a postagens e dados privados de usuários;
no próximo mês, Facebook vai mostrar na parte superior do feed de notícia quais apps foram usados e como revogar as permissões dadas a eles.
Fonte: G1