Pequenos empresários, médicos e comerciantes de todo o país denunciam empresas que oferecem anúncios em listas telefônicas impressas, que deveriam ser gratuitos. Segundo as reclamações, os golpistas acabam cobrando pelo serviço e os anúncios são publicados apenas em páginas na internet. Só neste ano, o Procon de Belo Horizonte registrou 58 queixas contra esse tipo de oferta.
Tudo começa com uma ligação a pequenos empresários, comerciantes e profissionais liberais. Na conversa, uma proposta tentadora: divulgar o nome da empresa gratuitamente em uma lista telefônica.
A lista impressa nunca aparece. As empresas têm apenas uma página na internet. E as cobranças começam a ser feitas pouco depois de as vítimas assinarem um documento enviado por fax.
Foi assim com Jorge Conto, administrador de uma imobiliária em Fortaleza. Ele acreditou que o serviço seria de graça e recebeu, por fax, o contrato já preenchido com os dados da sua empresa. Os negociadores pediram que ele devolvesse o papel assinado e carimbado.
O serviço gratuito virou uma dívida de mais de R$ 3.500. "Diariamente recebo ligação de supostos cartórios de São Paulo, ameaçando constantemente para que eu faça um depósito", disse Conto.
O comerciante Antônio da Cruz Pires, de Goiânia, diz que não assinou nada, mas também descobriu que tinha uma dívida. "Começou em 2006, quando eles entraram em contato comigo, já dizendo que eu tinha uma duplicata em aberto com eles da lista telefônica", contou.
Ele pagou mais de R$ 300 e pediu cancelamento do serviço. Em 2007, porém, chegou uma nova cobrança de quase R$ 700 e mais um pedido de cancelamento. Neste ano, houve um novo contato. "Todos os dias eles ligavam, ligavam e eu não atendia. Decidi ir ao Procon", disse.
Recomendações
Contratos via fax, telefone ou internet são válidos, segundo o Procon. Por isso, o consumidor deve ter cuidado ao assiná-los. "O consumidor tem que ficar atento na hora que as pessoas ligam. Seus dados cadastrais são sua identidade e com essas informações é possível contratar em nome dele. Por isso, é tão importante saber com quem está falando do outro lado da linha antes de fazer qualquer tipo de negócio", afirmou Stael Riani, do Procon da capital mineira.
