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Ministério do Trabalho é invadido e tem salas reviradas

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Servidores do Ministério do Trabalho encontraram diversas salas do órgão reviradas ao chegar para trabalhar na manhã desta segunda-feira (16). Documentos oficiais estavam atirados no chão.

A assessoria de imprensa do ministério informou ao G1 que duas salas do setores destinados ao seguro-desemprego e às carteiras de trabalho foram invadidas. "Uma das salas teve armários abertos; na outra, documentos e objetos foram espalhados pelo chão e sobre móveis", apontou a pasta em nota. O órgão, no entanto, não soube dizer o que foi levado.

Segundo o Ministério do Trabalho, a invasão foi registrada por câmeras de segurança do prédio. As imagens serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Até a última atualização desta reportagem, o órgão não soube informar o horário em que ocorreu a invasão. As imagens das câmeras mostram um homem forçando a porta de uma sala às 23h49 deste domingo (15).

Todo o primeiro andar do ministério foi isolado pela segurança do órgão. A PF foi acionada e chegou ao local às 9h50.

Por causa do isolamento, funcionários tiveram de deixar o primeiro andar e foram levados para o térreo do ministério. Embora o primeiro andar do edifício esteja interditado, o expediente no Ministério do Trabalho não foi alterado.

Parte da área externa do térreo foi isolada na área onde vigilantes ouvidos pelo G1 dizem acreditar que a invasão ocorreu.

Por volta das 10h, agentes da Polícia Federal começaram a fazer a perícia da área isolada pelos seguranças do ministério e colheram impressões digitais.

A Superintendência da Polícia Federal em Brasília instaurou inquérito para apurar o caso. As investigações terão reforço da equipe que apura as irregularidades na Operação Espúrio, que ficará responsável por acompanhar todos os passos da investigação e auxiliar os trabalhos.

Registro Espúrio

O Ministério do Trabalho é alvo de uma investigação da Polícia Federal. Em 30 de junho, a PF deflagrou a operação Registro Espúrio, a fim de desarticular suposta organização criminosa integrada por políticos e servidores que teria cometido fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho.

Segundo as investigações da Polícia Federal,

  • os registros de entidades sindicais no ministério eram obtidos mediante pagamento de vantagens indevidas;
  • não era respeitada a ordem de chegada dos pedidos ao ministério;
  • a prioridade era dada a pedidos intermediados por políticos;
  • a operação apontou um "loteamento" de cargos do Ministério do Trabalho entre os partidos PTB e Solidariedade.
  • Na semana seguinte, o ministro Helton Yomura foi afastado do cargo por decisão de Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, a defesa afirmou que Yomura não cometeu nenhum ato ilícito e que "nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade". No mesmo dia, ele pediu demissão do cargo.

O substituto de Yomura, Caio Vieira de Mello, tomou posse no ministério na última terça-feira (10). Na cerimônia, afirmou que vai administrar o ministério "tecnicamente", e não "politicamente". Ainda segundo ministro, "se for necessário, será feita" uma limpa no ministério.

A emissão de registros sindicais está suspensa pelo Ministério do Trabalho até outubro. A decisão do ministro Caio Vieira de Mello foi publicada no "Diário Oficial da União" na última quinta-feira (12).

Fonte: G1

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