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"Vítima da irresponsabilidade pública", diz marido de mulher morta em enxurrada

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O marido da dona de casa Carla Daniela Moraes, morta após ser arrastada por uma enxurrada no residencial Torquato Neto, na zona Sul de Teresina, conta que “seu chão abriu” quando soube da morte da esposa. Pais de cinco filhos, os dois eram casados há 14 anos.

Ainda muito abalado com a morte da esposa, o professor de Educação Física Michael Gomes diz que sua companheira morreu vítima da “irresponsabilidade pública”. “Não pode ficar  impune o que aconteceu com minha esposa foi culpa da irresponsabilidade dessa gestão de Teresina. Há muito tempo o bairro não tem escoamento e ela pagou o pato por esse descaso”, disse.

Carla é natural de Bacabal (MA) e estava em Teresina para deixar a filha de três anos para passar as férias com o padrinho. Após a chuva que caiu sobre o residencial Torquato Neto,no último domingo (9), ela saiu da casa do seu compadre para comprar algo e foi levada pelas águas que não escoaram. 

“Meu chão se abriu diante de mim quando eu recebi a notícia. Eu perdi uma companheira e nossos cinco filhos só não ficarão desamparados porque eles possuem meu amor e o amor de toda família e amigos”, conta Michael. 

O marido de Carla adianta que vai tomar providências e que, na próxima semana, chega a Teresina para conversar com advogados para que medidas judiciais sejam tomadas.  “Isso não vai ficar impune porque o que aconteceu com minha esposa pode acontecer com outras pessoas”, ressalta.

O filho mais velho de Carla e Michael, um menino de 11 anos, é o que mais está sofrendo pela morte da mãe. Os outros têm idade entre três meses e oito anos e, de acordo com pai, ainda não possuem noção do que aconteceu. 

“As duas menores não sabem nada. O meu filho de seis anos ainda não entende o que é morte. Quem está muito abalado e eu estou trabalhando o psicológico e espiritual dele é o meu filho de 11 anos. Ele chora, fica triste. Eu peço que ele ore. Ele está recebendo todo aparato de amor, mas fica triste pela mãe”, relata Michael. 

Michael é professor de Educação Física, mas desde julho deste ano está desemprego. Ele e Carla viviam de “bicos”. “Minha esposa era muito trabalhadora e, mesmo cuidando dos nossos cinco filhos, fazia o que pudesse para ajudar na nossa renda”, conta. 

O professor lembra que Carla chegou a vender suco na rua com a filha mais nova para conseguir dinheiro. 

“Ela me ajudava porque vendia roupa, fazia muita coisa para me ajudar. Até vender suquinhos na rua. Eu que pedi minha esposa para deixar nossa filha de três anos com o padrinho para que ela descansasse e aí aconteceu essa tragédia”, lamenta. 

O professor chega a Teresina na próxima terça-feira (18) para tentar adotar medidas judiciais.  

 

Izabella Pimentel
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