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Mais prefeituras podem estar envolvidas em fraudes de poços, diz Gaeco

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O coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Piauí, promotor Romulo Cordão, informou nesta segunda-feira (18) que mais prefeituras podem estar envolvidas em fraudes que resultaram na Operação Poço Sem Fundo. A Operação investiga um esquema de desvio de recursos para manutenção de poços tubulares e estradas vicinais em cidades do interior do Piauí. Rômulo Cordão disse, em entrevista ao Jornal do Piauí, que todas as seis pessoas que foram presas serão denunciadas à justiça. 

“Os documentos apreendidos apontam, partindo do pressuposto da falta de capacidade técnica e operacional e de contratos dessa mesma empresa em outros municípios, que há indícios que devem ser melhor avaliados e analisados, de que também fraudes eram praticados em outros municípios”, afirmou o promotor.

“Essas pessoas que foram presas já serão denunciadas nesses dias e a investigação continua já que tem que ser aferido em relação a outros municípios, se esse tipo de fraude também era excetuado por essas mesmas pessoas”, acrescentou sobre os cinco dos seis presos na operação, que tiveram as prisões temporárias revogadas após decisão do juiz José Carlos da Fonseca Lima Amorim, da Vara única de Canto do Buriti nesse domingo (17). 

Inicialmente nas investigações, de acordo com o promotor, foram coletados vários depoimentos de pessoas que afirmaram da falta de manutenção dos poços que foram construídos na zona rural. Rômulo Cordão disse que foram encontrados nos documentos listas com nomes de pessoas da comunidade que provavelmente recebiam valores insignificantes para realizarem, elas mesmas, a manutenção dos poços.  

“Não obstante, havia uma empresa que foi contratada no município para desempenhar essa tarefa e esses populares relataram que na verdade as próprias pessoas da comunidade era que realizavam de alguma maneira, de forma até um tanto quanto sem estrutura é que realizavam a manutenção. Isso ficou bem comprovado quando no momento das buscas, foram achadas várias listas com nomes de pessoas, com valores referentes ao pagamento da conservação desses poços. Havia uma planilha de contabilização e tais valores eram irrisórios, levando-se em conta o montante do contrato que a empresa celebrou com o município para realizar esse mesmo serviço, na casa de aproximadamente de R$ 600 mil. 

Vereador preso  
O promotor também informou que o vereador de Brejo do Piauí, Fabiano Feitosa Lira (PRTB), está sendo investigado, mas não pela condição de vereador. Fabiano foi único que teve a prisão preventiva decretada na Operação e estava foragido, mas se apresentou na sede do Gaeco na última sexta-feira e agora é o único que está preso pela Operação. Segundo a polícia civil, ele possui a empresa FM, com a qual a prefeitura possui um contrato, que recebeu dinheiro irregularmente.

“Já estamos designando uma data para nesta semana começar a fazer alguns questionamentos. Ele não foi ouvido ainda porque ainda estamos fazendo análise do material que foi apreendido na Operação e partir desses novos dados outros questionamentos que são pertinentes devem ser feitos a partir desse material”, informou o promotor Rômulo Cordão, De acordo com Rômulo Cordão, Fabiano teve mandado de prisão preventiva decretada porque as investigações mostram que ele desempenhava, na organização criminosa, uma atuação de comando.

“Até porque não só em Brejo, mas em outros municípios, foram contratadas (por outras prefeituras) a mesma empresa dele, que não detém a capacidade técnica e operacional que deveria ter para assumir tais contratos. Então a gente verifica que essa pessoa em si tem um certo destaque na engrenagem criminosa. Desta maneira a sua prisão preventiva foi necessária a fim de resguardar a própria investigação e assegurar a ordem pública”. 

 Foto: Divulgação/ MPE-PI

Lyza Freitas
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