O conselho de disciplina designado pela Corregedoria da Polícia Militar do Piauí se reúne em audiência que pode resultar na expulsão do soldado Ivaldo Viera da Silva Filho. O militar é acusado de homicídio contra o jovem Cosme Damião dos Santos Neto,21, e tentativa de homicídio contra a mãe dele, Luciana Santos, que entrou na mira dos tiros.
O crime ocorreu em 2016, na frente da casa das vítimas no bairro Renascença II, na zona Sudeste de Teresina.
Nesta quarta-feira(10), familiares da vítima foram ouvidos como testemunha. "A expectativa é que ele seja expulso. É uma revolta a gente saber que ele está no presídio militar, mesmo com todas as provas que tem no inquérito policial do DHPP que comprovam que ele matou o meu filho. O que falta para ele ser expulso?", questiona Luciana Santos, que foi testemunha ocular da morte do filho e acabou sendo baleada.
Fotos: Graciane Sousa/Cidadeverde.com
Ela relembra o caso. "Meu filho estava sentado na moto do pai em frente a nossa casa, mexendo no celular. De repente, a moto surgiu, o cara parou e disse: e aí safado? Depois deu dois tiros e no terceiro partir para cima dele. Derrubei ele da moto e quando as pessoas saíram para ver o que estava acontecendo, ele pegou a arma e saiu correndo", completou Luciana.
Suspeito foi flagrado por câmeras de segurança no momento do crime. Foto: Divulgação/Polícia
As investigações do DHPP concluíram que a motocicleta usada pelo suspeito foi subtraída irregularmente do depósito da Polícia Civil. A mãe diz não ter dúvidas que o autor dos tiros que matou o seu filho é Ivaldo Vieira.
"Ele não é um bom PM, a família quer ele pague pelo homicídio e pelo tiro que me deu. Ainda hoje tenho sequelas e corro risco de perder uma das mamas", diz Luciana.
Após as oitivas, o Conselho de Disciplina vai avaliar a necessidade de ouvir outras testemunhas. As provas colhidas no inquérito policial devem servir para embasar o processo administrativo. O soldado investigado já foi ouvido. A decisão do conselho será enviada para um posicionamento do comandante geral da PM.
DEFESA
Otoniel das Chagas Bisneto, advogado do militar, sustenta a inocência e anuncia que vai solicitar que o conselho de disciplina se posicione somente após decisão na justiça comum.
"Existem dúvidas que estão ficando mais claras em relação a não participação dele no delito. Vamos pedir que o conselho aguarde o fim da instrução criminal para que decida administrativamente", disse Bisneto.
Graciane Sousa
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