Matéria ampliada às 13h04
Os policiais militares presos na II fase da operação Cargas atuavam na "na linha de frente nos assaltos" e recebiam cerca de 50% do valor roubado. Em entrevista coletiva, o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, informou que, no momento da abordagem, o cabo W Silva ameaçou os policiais e disse que "atirava se tivesse um fuzil".
Cinco suspeitos foram presos na II fase da operação, sendo um em Fortaleza-CE. Eles foram identificados como Wanderley Rodrigues da Silva (cabo da PM), o pai de Wanderley (que não teve a identidade divulgada), Bruno Costa de Oliveira (soldado da PM), Josué Oliveira Santos (funcionário de uma transportadora em Teresina) e Adolfo Cícero de Alencar Neto.
No momento da abordagem foram apreendidas três armas de fogo, dinheiro, entre outros objetos.
"Os PMs entravam realizando as abordagens e aproveitavam que podiam utilizar arma de fogo para passar despercebido por abordagens policiais, se utilizando dessa condição para praticar os assaltos. Eles também realocavam o material em depósitos específicos. Após isso, comercializavam a carga para terceiros e saíam distribuindo todo o dinheiro", disse o delegado Gustavo Jung, presidente do inquérito.
Foto: Roberta Aline/ Cidadeverde.com
Delegado Gustavo Jung preside o inquérito policial
"As investigações constataram que W. Silva e Bruno organizavam e escutavam roubos de cargas nas regiões de Caxias e Santa Inês no Maranhão. Constatou-se que Josué, funcionário de transportadora, passava informações privilegiadas para Abimael (preso em janeiro deste ano) e este indicava para seus comparsas qual caminhão ou empresa assaltar. Já o Adolfo ajudava na logística dos roubos", completa o coordenador do Greco, delegado Tales Gomes.
Gustavo Jung acrescenta que W Silva também teria tido participação no sumiço de R$ 300 do Banco do Nordeste, em dezembro de 2017. Em 2018, o PM se envolveu em uma briga e acabou disparando contra o cantor Saulo do Gado.
"Cada um tinha uma função específica. Um era responsável pelas informações dentro da transportadora que repassava para quem ia fazer as abordagens e estes entregavam o material para quem aguardava no depósito. Aos poucos, o material ia sendo retirado em carros menores para não serem percebidos. De fato, a organização crimonosa está bem configurada", disse Jung.
Os presos serão indiciados por roubo e organização criminosa.
Matéria publicada às 7h40
Foto: Gorete Santos/ Cidadeverde.com
Policiais militares estão entre os presos da operação contra o roubo de cargas deflagrada nesta quinta-feira (30) pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado.
Os presos são suspeitos de participação em assaltos no Piauí e Maranhão. Entre estes há um cabo e um soldado da PM-PI.
No estado, desde o fim do ano passado, vem sendo registrado uma série de crimes envolvendo roubo a mercadorias. Em dezembro, cerca de 100 TVs e celulares foram recuperados após terem sido levados do depósito de uma loja. Em janeiro deste ano, o gerente de uma loja de departamento em Teresina foi sequestrado e levado a um depósito para liberar celulares e TVs. Em fevereiro, o Greco apreendeu uma carga de café e leite em pó roubada e avaliada R$ 1 milhão.
Quatro suspeitos foram presos até o momento. A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí e da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil.
Um entrevista coletiva está prevista para às 11h30.
Graciane Sousa
[email protected]