O laboratório do Ministério da Agropecuária em Recife (PE) está analisando 70 amostras de animais do Piauí com suspeita de infecção de mormo. Os primeiros exames apontaram resultado negativo e aguardam uma segunda etapa de exames para confirmação livre da doença.
Em entrevista à TV Cidade Verde nesta quinta-feira (22), Idílio Moura, gerente estadual de defesa do Animal, da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), explicou que apenas a segunda rodada de exames vai eliminar a possibilidade da doença.
O caso de mormo confirmado em nota técnica em julho deste ano resultou na interdição de um haras em Teresina e da Clínica de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí. Por ser uma doença bacteriana havia a possibilidade de outros animais terem contraído a doença do cavalo infectado.
“Iniciamos o processo de saneamento desses estabelecimentos. O processo de saneamento consiste em coletar amostras, alíquotas de soro sanguíneo dos animais que estavam tanto na clínica quanto no aras, mais de 70 animais foram coletados exame e encaminhado para laboratório de defesa animal do Ministério da Agricultura em Recife”, informou Idílio.
A legislação preconiza que para ser considerado erradicada devem ser realizados duas coletas consecutivas com resultado negativos. O primeiro resultado deu o resultado negativo para todos os 70 animais animais. A segunda coleta deve ser analisada nos proximos dias.
O mormo é uma zoonose que pode ser transmitida a seres humanos. Segundo Idílio, um ofício também foi enviado à Secretaria Estadual de Saúde e à Fundação Municipal de Saúde para que examinassem os tratadores, os profissionais do hospital veterinário e demais pessoas que tiveram contato com o animal infectado.
Até o momento, a clínica do Hospital Veterinário permanece interditada até o resultado dos exames.
Foto: Catarina Malheiros/CidadeVerde/Arquivo
Cuidados na comercialização
O gerente estadual de Proteção Animal orienta sobre a importância da documentação para os produtores e comerciantes de animais envolvidos na criação e em eventos como exposições, feiras e vaquejadas.
“Nós alertamos aos criadores de equídeos, cavalos, burros e jumentos, que somente transitem com seus animais com a guia de trânsito animal, que é a GTA, tendo em vista que para a emissão da GTA na Adapi é necessária a apresentação tanto do exame de anemia infecciosa equina quanto de mormo, e também da influenza”, explicou.
Idílio orienta que os animais sejam adquiridos somente com exames negativos para essas doenças e que também sejam exigidos essas exames para o trânsito de animais em eventos.
O que é a doença:
Mormo ou lamparão: doença infecto-contagiosa que acomete os equídeos (cavalos, burros e mulas), e pode ser transmitida eventualmente a outros animais e ao homem. É causada pela bactéria Burkholderia mallei, e pode ser transmitida pelo contato com animais infectados.
Transmissão: a bactéria entra no organismo através da pele e das mucosas dos olhos e nariz. Profissionais que manejam estes animais, ou manipulam amostras contaminadas (veterinários, tratadores de equinos, funcionários de abatedouros e laboratoristas), têm maior risco de contrair a doença.
Sintomas no homem: Os sintomas no homem são febre, dores musculares, dor no peito, rigidez muscular e cefaleia. Podem ainda ocorrer lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e diarreia.
Valmir Macêdo
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