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Número de mulheres na produção agrícola cresceu 66% no Piauí, diz IBGE

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Foto: Arquivo/Ccom

O número de mulheres produtoras cresceu cerca de 66% em 2017 no Piauí. É o que mostram os resultados finais do Censo Agropecuário 2017 divulgados nesta sexta-feira (25) pelo IBGE. Atualmente, a cada cinco produtores piauienses, um é mulher.

O censo diz ainda que, mesmo com uma redução de cerca de 6% no analfabetismo entre os produtores agropecuários no Piauí, as pessoas que não sabem ler e escrever ainda representam aproximadamente 42% do total de produtores.

Outro dado apontado é que 27% dos produtores no Piauí afirmam nunca ter frequentado a escola e apenas 2,42% chegaram a realizar curso superior. O censo mostra ainda que está havendo um “envelhecimento” dos produtores agropecuários. Em 2017 cerca de 65% deles tinha mais de 45 anos.

O Censo Agropecuário 2017 mostra que o Piauí apresentou desconcentração dos estabelecimentos agropecuários, saindo da 5ª colocação dentre os mais concentrados do Brasil para a 8ª colocação. Houve melhoria na desconcentração dos estabelecimentos em 2017, onde 6% dos estabelecimentos agropecuários detinham aproximadamente de 70% da área total.

Os dados mostram também que aumentou em 30% o número de pessoas com o título definitivo de propriedade dos estabelecimentos agropecuários, já a orientação técnica caiu mais de 45% no período de 2006 a 2017.

A orientação técnica prestada pelos governos aos produtores também caiu. O índice chegou a 57% no período. De acordo com o Censo, mesmo assim ainda era responsável no período por 48% da assistência recebida.

Veja outros destaques do Censo Agropecuário 2017:

  • Em 2017 apenas 1,35% da área dos estabelecimentos agropecuários recebeu irrigação
  • De 2006 a 2017 houve uma redução de 34,02% da área de lavouras permanentes, principalmente do caju.
  • De 2006 a 2017 houve um aumento de 28,37% da área da lavoura temporária, ocupada principalmente com soja e milho
  • De 2006 a 2017 houve uma redução do plantel de bovinos em cerca de 15%, substituído por animais de médio e pequeno porte em razão de apresentarem retorno financeiro mais rápido (caprinos, ovinos, suínos e aves).
  • De 2006 a 2017 a produção de ovos de galinha cresceu mais de 100%.
  • De 2006 a 2017 cai em cerca de 20% o quantitativo de pessoal ocupado na agropecuária, enquanto que o número de tratores cresceu mais de 32%, denotando uma mecanização cada vez maior dos estabelecimentos agropecuários.
  •  Em 2017 a maior despesa dos estabelecimentos agropecuários no Piauí foi com agrotóxicos (13,77%). Em 2006 a maior despesa havia sido com salários, enquanto em 2017 essa despesa foi apenas a quarta maior.

Agricultura familiar

  • A agricultura familiar era responsável por cerca de 77% do pessoal ocupado nos estabelecimentos agropecuários;
  • A agricultura familiar tinha 81% dos estabelecimentos com produção vegetal, mas só detinha cerca de 12% do valor da produção;
  • A agricultura familiar tinha 81% dos estabelecimentos com produção animal, mas só detinha cerca de 49% do valor da produção;
  • Em termos de produção vegetal, a agricultura familiar tem destaque no feijão, onde foi responsável por cerca de 64% da quantidade produzida;
  • Em termos de produção de galinhas, a agricultura familiar tem cerca de 81% dos estabelecimentos agropecuários, mas foi responsável apenas por aproximadamente 15% do valor total da produção;
  • Em termos de produção de caprinos, a agricultura familiar tem cerca de 82% dos estabelecimentos agropecuários e foi responsável por aproximadamente 74% do valor total da produção.

O Censo Agropecuário 2017 vai ajudar a subsidiar políticas públicas de caráter socioeconômico dos governos federal, estadual e municipal de apoio à atividade da agropecuária. Serve ainda como fonte para o setor privado no sentido de nortear seus investimentos.

Hérlon Moraes (Com informações do IBGE)
[email protected]

 

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Tags: CensoIBGE