Presidente defende punição mais dura aos clubes em caso de racismo em jogo

Fotos: Roberta Aline

Robert Brown, presidente da Federação de Futebol do Piauí

O presidente da Federação de Futebol do Piauí, Robert Brown Carcará, afirmou ao Cidadeverde.com que defende normas mais duras na punição de casos envolvendo violência, racismo e homofobia em campo.

Este ano, dois árbitros de futebol e um jogador foram vítimas de racismo durante competições em jogos. O último ocorreu no jogo no Albertão, na última quarta-feira (20). O juiz Iudiney Silva, 20 anos, estava apitando a partida do River X Timon, pelo Campeonato Piauiense Sub-15, quando foi xingado de "nego urubu ladrão" e que deveria "voltar para o lixão". O episódio aconteceu no Dia da Consciência Negra.

"É preciso punir o clube também. Não só o torcedor, bani-lo dos campos, mas é necessário que os clubes também sejam responsabilizados por qualquer ato de violência e discriminação", disse Robert Brown.

A Federação de Futebol assinou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) para realizar campanhas de combate a discriminação em campo. Durante os jogos, a federação pede aos times que tragam faixas contra o racismo, a homofobia e qualquer tipo de discriminação.

Brown disse que irá tentar uma reunião com a promotora Maria das Graças para que pudesse endurecer nas normas. Pela regra atual somente o Tribunal de Justiça Desportiva poderá punir torcedor e clubes com multas, eliminação de competições e proibir a entrada de torcedor em estádios.

"Vou me reunir com as promotoras e saber como podemos ser mais duros. Isso já está virando um deboche", disse o presidente da Federação.

Durante os ataques racistas contra o árbitro Iudiney Silva não havia policiamento e por isso não foi feito o flagrante do crime. O torcedor do River já foi identificado como autor dos xingamentos.

Robert Brown disse que pedirá segurança também para as partidas envolvendo competições amadores.

"Vamos solicitar que partidas como o Sub-15 vai pelo menos três policiais. Não ter policiamento é complicado. Vamos nos reunir e dar as mãos para combater qualquer tipo de violência e discriminação em campo", disse Robert Brown.