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Sobe para 433 o número de casos de suspeita de coronavírus no Brasil

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Foto: Zainone Fraissat / FolhaPress

O número de casos de suspeita de infecção pelo novo coronavírus no Brasil subiu nesta segunda (2) para 433, segundo dados do Ministério da Saúde. No sábado (29), eram 207 casos de suspeita e no domingo (1º) eram 252. O estado com o maior número de casos de suspeita é São Paulo, com 163 (no domingo eram 136), seguido por Rio Grande do Sul, com 73 (domingo eram 27), de acordo com as informações divulgadas na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde, do ministério. A lista segue com 42 casos de suspeita no Rio de Janeiro e 48 em Minas Gerais. Além disso, foram descartados 162 casos em todo o país.

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O ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) afirmou que o aumento não surpreendeu o ministério e que a confirmação de casos também amplia o número de notificações. "A gente sabe também que quando tem o primeiro as pessoas começam 'eu vou lá porque eu quero fazer esse teste'. Os hipocondríacos existem, tem as pessoas ansiosas, e aí começa", afirmou. Até o momento o país tem dois casos confirmados de coronavírus importado da Itália. O primeiro, confirmado na última quarta-feira (26), é um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que esteve no norte da Itália a trabalho.

O segundo foi confirmado no sábado (29). Trata-se de um homem de 32 anos que chegou em São Paulo na quinta (27), de voo procedente de Milão. Ambos foram atendidos no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O paciente afirmou que usou máscara durante toda a viagem de retorno ao Brasil. Ele estava acompanhado da mulher, que não apresenta sintomas. Ambos estão em monitoramento.

O Ministério da Saúde informou que a partir desta segunda-feira (2) adotará um novo fluxo de consolidação dos casos de coronavírus. Passarão a ser consideradas as classificações informadas pelas secretarias estaduais. Em nota, a pasta afirmou que, ao longo das últimas semanas, vem treinando os estados para a consolidação das notificações dos casos suspeitos do coronavírus. "Com a finalização da orientação às secretarias de Saúde estaduais, a partir do dia 2 de março, segunda-feira, o Ministério da Saúde inicia um novo fluxo e adotará integralmente os dados repassados pelos gestores locais."

Até agora, cada notificação era reanalisada pela equipe da pasta. "A ação de descentralização da consolidação dos casos busca dar agilidade de resposta à doença", disse o ministério. O ministério informou que também contabilizará casos considerados "prováveis", ou seja, quando a pessoa teve contato direto com algum caso confirmado e apresentou sintomas compatíveis com a doença. Não há notificações do tipo no país. O que há são casos suspeitos, uma gradação mais leve, que inclui viajantes para países com alto índice da doença que apresentem sintomas ou aqueles que tiveram contato próximo com um caso ainda não confirmado e que também apresentem sintomas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) elevou para "muito alta" a avaliação de risco para o novo coronavírus em nível global. A mudança ocorre após aumento de casos confirmados fora da China.

PORTARIA

O ministério também afirmou que vai elaborar uma portaria para delimitar protocolos específicos para quarentena e isolamento. Os dois casos estão previstos na lei aprovada pelo Congresso em fevereiro, mas segundo Mandetta falta clareza nos procedimentos. A ideia é criar um termo circunstanciado que deverá ser assinado por todos aqueles que forem colocados em uma das duas situações para que estejam cientes do que cada uma delas implica. "Acho que quando o indivíduo receber uma informação do médico, a pessoa tem que assinar um termo de que está ciente daquelas normas", afirmou Mandetta.

Outras medidas anunciadas pelo ministério nesta segunda (2) incluem a capacitação e o envio de testes laboratoriais para que os próprios estados possam fazer a confirmação dos casos suspeitos do coronavírus. A medida começa a ser adotada já nesta semana pelos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul e, segundo a pasta, a previsão é de que em 20 dias todos os estados estejam capacitados para realizar os testes, que hoje são feitos por centros de referência como o Instituto Adolfo Lutz (SP), Instituto Evandro Chagas (PA), Fiocruz (RJ) e Laboratório Central de Goiás.

Mandetta também falou sobre a possibilidade de enviar ajuda financeira aos estados e de pedir aumento da previsão orçamentária para a Saúde. O ministro não descartou nenhuma das duas possibilidades, mas disse que no momento a pasta espera a consolidação do cenário para decidir. "Eu nunca solicitei nenhuma agenda em relação ao Orçamento. Foi a primeira vez que eu disse a ele [Paulo Guedes, ministro da Economia]: 'eu tenho um ponto fora da curva não planejado. Esse cenário pode exigir que eu solicite recursos adicionais", disse.

O ministro afirmou que o novo Orçamento impositivo pode dificultar a alocação rápida de recursos. "Numa situação que você precisa tomar uma decisão de gastos em função dos números da ciência, às vezes você ter o gasto pela ótica politica pode não ser a melhor maneira de você usar o Orçamento", disse ele. "Porque pode ser aquela coisa: 'puxa, eu tenho que levar o recurso para a minha cidade para eu deixar ela protegida, porque lá é o meu cesto de votos, e às vezes não é aquela cidade que tem que receber o recurso".

Por isso, ele disse que vai dialogar com parlamentares. Mandetta deve participar de comissão geral da Câmara sobre o coronavírus na próxima quarta-feira (11). Nesta segunda, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) enviou um ofício ao ministério solicitando recursos adicionais e a implantação de leitos de UTI. O valor pedido é de R$ 4,50 per capita, o que equivale a cerca de R$ 1 bilhão, para "custeio de ações de alta e média complexidade".

O ministro, porém, disse que só aportará recursos extras caso a situação se agrave. "A gente só vai fazer alocação de recursos quando a gente tiver uma situação real. Eu não posso fazer uma alocação de R$ 1 bilhão", disse. "O Brasil é muito assimétrico, o Rio Grande do Sul tem um clima, um bioma, um tipo de situação. O Acre tem outro. E se a espiral epidêmica for no Acre e não for no Rio Grande do Sul? Não adianta [alocar recursos] nesse momento em que você ainda não sabe", disse.

Fonte: FolhaPress

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