Por falta de acordo entre os líderes partidários, a Mesa Diretora do Senado só será completada por inteiro na quarta-feira (4). Os cargos de quarto secretário e de suplentes na Mesa tiveram a decisão adiada. O presidente José Sarney (PMDB-AP) já havia sido eleito na segunda-feira (2) e nesta terça-feira (3) foi fechado um acordo sobre os outros cinco integrantes da Mesa.

 

O acordo fechado nesta tarde deu ao PSDB a primeira vice-presidência, que será ocupada por Marconi Perillo (GO), e ao DEM a primeira secretaria, que será ocupada por Heráclito Fortes (PI).

 

O PT terá Serys Shlessarenko (MT) na segunda vice-presidência, enquanto João Vicente Claudino (PTB-PI) será o segundo secretário e Mão Santa (PMDB-PI), o terceiro. Eles foram eleitos em chapa única com 71 votos a favor e seis contrários. Pela composição acertada nesta tarde, todos os senadores do estado do Piauí terão assento na Mesa Diretora da Casa.

 

As vagas na Mesa são preenchidas de acordo com a proporcionalidade entre as bancadas dos partidos. A falta de acordo diz respeito a uma disputa entre PDT e PR pela quarta secretaria. Atualmente, o PDT tem cinco senadores e o PR tem quatro. No início da legislatura, em 2007, no entanto, ambos tinham quatro representantes.

 

Pelo direito à vaga, o PR poderia trazer de volta à Casa o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que é senador pelo Amazonas e está licenciado do cargo.

 

O líder do PDT, Osmar Dias (PR), já indicou a senadora Patrícia Saboya (CE) para a função e garante que o direito é do partido. “Quero que se cumpra o regimento. Não podemos aceitar rolo compressor”. Em entrevista, Dias não soube explicar o que faz a quarta secretaria.

 

O PR também luta pelo cargo e tem dois candidatos à vaga: César Borges (BA) e Magno Malta (ES). O senador Expedito Júnior (PR-RO) defendeu o direito do partido ao cargo com o argumento da bancada na posse. Mas Expedito também não sabe o que faz o quarto secretário. “Nem sei bem o que faz a quarta secretaria, estamos brigando por espaço para o partido. Não podemos abrir mão do nosso direito.”

 

De acordo com o regimento, cabe ao quarto secretário fazer a chamada dos colegas, contar os votos e auxiliar o presidente na apuração de votações secretas.