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Bolsa tem novo dia de recuperação pós-Moro: alta de 3,93%, aos 81.312,23 pontos

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O Ibovespa deixou para trás o maremoto político da sexta-feira, 24, e encadeou a segunda sessão de retomada nesta semana final do mês, encerrando nesta terça-feira, 28, em alta de 3,93%, aos 81.312,23 pontos, não muito distante da máxima do dia. Assim, faltando duas sessões para o fechamento de abril, o índice de referência da B3 acumula agora ganho de 11,36% no mês, dos quais 7,94% colhidos nesta semana. O giro financeiro da sessão totalizou R$ 27,2 bilhões, com o índice saindo de mínima, na abertura, a 78.243,32 pontos. No ano, o Ibovespa acumula perda de 29,69%.

Uma combinação de fatores positivos contribuiu para que a melhora do humor observada no dia anterior, com a permanência do ministro Paulo Guedes, se estendesse à sessão desta terça-feira: a reação positiva do mercado ao balanço trimestral do Santander, que estimulou o desempenho das ações de bancos, bem como a assimilação tranquila das indicações do presidente Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, o que se refletiu também em desinclinação da curva de juros em relação à sexta-feira, quando foi consumada a saída de Sergio Moro do governo.

"Talvez a saída do Moro tenha agradado um pouco o Centrão e, assim, a gente volta a ter um governo (com presença política no Congresso), um país minimamente governável", aponta Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante, observando também que eventual melhora da interlocução do Executivo com o Legislativo tende a favorecer a caminhada das reformas, uma vez superado o pior momento da pandemia, e mesmo evitar uma escalada de "custos" políticos e fiscais, como os do funcionalismo, no momento excepcional por que passa o País.

"A política é importantíssima para os movimentos da Bolsa, e pesquisa Datafolha mostrou manutenção do apoio a Bolsonaro, em meio à saída de Sergio Moro e nomeação de André Mendonça para o cargo de ministro da Justiça", aponta Cristiane Fensterseifer, analista de ações da Spiti. "O mercado parece estar mais disposto a tomar risco com base no alinhamento político que Bolsonaro está aparentemente costurando com o Centrão", acrescenta.

Assim, o Kit Brasil, ações com maior exposição ao risco político, voltou a figurar entre os destaques positivos da sessão, assim como no dia anterior. Petrobras ON fechou em alta de 7,26%, com a PN mostrando avanço de 4,86%, Eletrobras ON, de 7,22%, e Banco do Brasil ON, beneficiado como o resto do segmento pelo balanço do Santander, em alta de 13,43%. A unit do banco espanhol subiu 11,47%, enquanto Bradesco ON avançou 9,85% e Itaú Unibanco PN ganhou 8,25%. No Ibovespa, mais um dia de Via Varejo na ponta, em alta de 19,42% no fechamento, seguida por CVC (+14,48%) e Azul (+13,75%), em sessão na qual houve queda de 2,55% no dólar à vista, embora ainda em nível alto, a R$ 5,5151, tendo chegado a R$ 5,4733 na mínima do dia.

Na parte final da sessão, a relativa acomodação do petróleo ante as perdas acentuadas observadas mais cedo e o desempenho então levemente positivo de Wall Street deram fôlego adicional ao Ibovespa, levando o índice a renovar máxima da sessão, em alta pouco acima de 4%, aos 81.427,32 pontos, por volta das 16h.

Assim, no intradia, o índice de referência da B3 voltou a sondar a linha dos 81 mil pontos, a exemplo de quarta e quinta-feira passada, na véspera do explosivo desembarque de Moro. Hoje, contudo, o índice conseguiu se firmar e fechar acima da marca pela primeira vez desde 13 de março, quando foi aos 82.677,91 pontos naquele encerramento. Logo na abertura, o Ibovespa saiu dos 78,2 mil e rompeu com relativa facilidade a linha de resistência dos 80 mil pontos, passando de 79.554,78 pontos, ainda às 10h11, para 80.920,72 pontos no minuto seguinte.

Por Luís Eduardo Leal
Estadão Conteúdo

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