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Marcelo Castro reage a Ciro e diz que ministro tem “ódio inexplicável”

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O senador Marcelo Castro (MDB) reagiu às recentes declarações do ministro-chefe da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PP). Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (7), o emedebista disse que o ex-aliado “está com um ódio, um rancor, inexplicável" e reafirmou que o mesmo tem barrado a destinação de recursos federais e operação de créditos ao estado.

O parlamentar citou e lamentou o discurso feito por Ciro Nogueira durante o lançamento da pré-candidatura das oposições ao Governo do Estado, realizado no último sábado (4). Na ocasião, o ministro chamou Marcelo Castro de “traidor” e de “leviano”, ao assegurar que as alegações deste sobre o veto de emendas ao Piauí.

“Eu pensava que isso era uma coisa que tinha ficado para trás, que estamos em um nível de civilidade política maior, pois estamos em um processo democrático [...] O discurso dele [Ciro Nogueira] no lançamento da pré-candidatura de Sílvio Mendes, se você for analisar, é uma coisa lamentável [...] está com um ódio, um rancor, inexplicável”, pontuou Castro.

Em estúdio, o senador apresentou documentos para comprovar que a destinação de aproximadamente R$ 60 milhões via emendas de bancada e de comissão no Orçamento da União 2022, aprovadas no Congresso, teriam sido barradas por Ciro Nogueira após o presidente Jair Bolsonaro ter dado poder ao ministro sobre o orçamento.

“O Bolsonaro baixou um decreto em que o ministro da Economia só podia fazer os vetos depois que ouvisse o ministro da Casa Civil. Então posso dizer, tranquilamente, que quem vetou foi ele”, disparou Marcelo Castro, que ainda mencionou outra suposta interferência de Ciro Nogueira em articulações de recursos ao Piauí. 

O senador do MDB lembrou que, após o Governo do Piauí assinar uma autorização de empréstimo de R$ 800 milhões junto ao Banco do Brasil, uma portaria do Ministério da Economia suspendeu a negociação. Segundo Marcelo Castro, esta decisão, posteriormente cancelada pela Justiça, também teria sido articulada por Ciro Nogueira.

“O Ciro Nogueira soube dessa operação, ‘deu um xilique’, rompeu com o governo Bolsonaro, pegou um jato e foi pro México rompido com  o governo, porque o governo estava emprestando R$ 800 milhões ao Piauí [...] Para acalmar, terminou o Bolsonaro chamando ele para ser ministro. Ele hoje é ministro graças a esse empréstimo”, afirmou o parlamentar.

Por conseguinte, Marcelo Castro ratificou que Ciro Nogueira tem perseguido seus adversários “sem nenhuma justificativa”. O parlamentar disse que, antes da ascensão do piauiense ao posto de ministro, conseguiu liberar quase meio bilhão em investimentos ao estado, que passaram a ser barrados pelo conterrâneo.

“Ja trouxe mais de R$ 500 milhões para a infraestrutura do cerrado do Piauí. Sò não trouxe mais depois que ele [Ciro Nogueira] teve força para barrar os recursos [...] e ele? Ministro da Casa Civil, todo poderoso, presidente do partido número um de apoio ao Bolsonaro? É inacreditável, ele botou zero”, disse o senador.

Subiu o tom

Além das questões relacionadas a verbas públicas, Marcelo Castro rebateu as alegações de “traição” mencionadas por Ciro Nogueira. O senador emedebista diz ter convicção de que o antigo colega de chapa só conseguiu a renovação do mandato porque estava no palanque ao qual hoje faz oposição. “Cuspiu no prato em que comeu”, argumentou.

“Por que ele não disputou o mandato dele de senador em outro palanque? Ele não é amigo do PSDB? Porque ele não foi para o palanque do PSDB para disputar a eleição? [...] ele teria perdido, porque ele ameaçou romper e não rompeu, porque ele sabia que não se elegeria se não fosse no nosso palanque. Ele deve o mandato de senador dele a nós que o elegemos, não é o contrário”, completou o parlamentar.

Por fim, Marcelo Castro lembrou que nos seus 40 anos de vida pública, a eleição de 2018 foi a primeira em que esteve no mesmo palanque de Ciro Nogueira e que, apesar de frequentarem “praias diferentes”, ele e seu grupo estiveram empenhados pela eleição do então colega.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Breno Moreno
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