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Grupo pede retorno de aulas presenciais na rede pública e faz manifestação na quarta

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Pais de alunos estão mobilizando, através das redes sociais, uma manifestação para esta quarta-feira (9), em Teresina. O grupo questiona os critérios considerados pelas autoridades para suspender o retorno das aulas presenciais, tanto na rede pública estadual como na municipal da capital, e teme os eventuais prejuízos desta decisão.

Uma das lideranças do movimento “Volta às Aulas Teresina”, a médica cirurgiã Ana Cecília Neiva, questionou, em entrevista ao Jornal do Piauí desta terça-feira (8), o dispositivo previsto no decreto estadual, condicionando a permanência das aulas presenciais a taxa de ocupação dos leitos hospitalares. Para ela, este é um critério “irreal”.

“Os leitos de Covid são abertos ou fechados de acordo com a demanda. Por exemplo, no auge do pico da segunda onda, tínhamos 460 leitos de UTI Covid no estado do Piauí. Hoje temos apenas 162. Apesar do aumento do número casos, em termos de internações e casos graves, a pandemia está muito mais controlada que no ano passado. Os leitos estão ocupados porque eles foram reduzidos”, disse a médica.

Outro ponto de discordância diz respeito aos protocolos de manutenção do ensino presencial nas escolas, já em uso em estabelecimentos privados. Pela regra, quando dois alunos de uma mesma turma apresentarem sintomas gripais, deve-se adotar o sistema remoto por sete dias naquela classe, podendo, em alguns casos, suspender as atividades de toda a unidade.

“A gente acha que isso não é necessário. O governo de outros estados,como São Paulo, não fazem mais isso, porque em nenhum outro serviço isso acontece. No setor de serviço, no comércio, na indústria e nas repartições públicas, se alguém tem sintomas ela simplesmente se isola e o serviço continua, porque  na escola não pode ser a mesma coisa?”, indagou Ana Cecília.

Já que o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas foi adiado para março, em relação a rede estadual, o movimento pede que não sejam decretados novos postergações de data, por acreditar que, quanto mais tempo longe do ambiente escolar, maiores serão os impactos aos alunos de escolas públicas.

"Já existe historicamente uma diferença entre a qualidade do ensino entre o público e o privado. O aluno de escola pública já está  há dois anos sem aula presencial e essa disparidade é ainda maior. Todo o futuro desse aluno está prejudicado, inclusive emprego, renda e capacidade de ascensão social. A gente sabe que a educação é a melhor forma da pessoa conseguir uma melhor qualidade de vida”, concluiu a médica.

Breno Moreno
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