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Família de bebê supostamente queimado em seita abandona sítio

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Foto: Arquivo Pessoal 

O sítio onde morava o pequeno Wesley Carvalho, morto supostamente queimado em um ritual, está vazio. Isso porque a família da criança, entre tios e primos da vítima, saiu do local. As crianças que moravam no sítio estão aos cuidados de tios em Teresina.

"Eles moravam todos juntos. Os avós do Wesley têm uma casa aqui, onde vivem com filhos, e alguns filhos ainda crianças. A gente vai conversar com eles para saber como era lá e colher o depoimento deles", destacou a conselheira Socorro. 

Na residência moravam cerca de 10 pessoas, segundo a conselheira. Todos foram embora após o episódio envolvendo o pequeno Wesley e a repercussão que o caso teve na sociedade.

A conselheira disse que chegou a se encontrar com as crianças na quarta-feira (23) e que elas estão aparentemente bem, mesmo com as investigações de que a família teria ficado 14 dias sem comer, devido a um jejum.  

"Só não podemos dar muitos detalhes para preservar essas crianças. Mas, eles vão prestar depoimento nos próximos dias", completou a conselheira. 

Somente após a conclusão do inquérito que investiga o sumiço do pequeno Wesley é que as crianças poderão ou não serem remanejadas para outro local. 

Família seguia profeta de 12 anos 

A conselheira Socorro Arrais, informou ao portal Cidadeverde.com, que a mãe contou em depoimento no Conselho da Zona Leste, que a família do marido cultuava um profeta que era um adolescente de 12 anos

“Segundo a mãe do bebê, eles cultuavam um adolescente que é membro da família que se dizia profeta e era uma espécie de Deus para eles. Era uma espécie de seita, eles faziam ritual de orações, faziam jejum total sem alimentação, higiene e sem consumo de água, afirmando que queriam quebrar uma maldição”, disse Socorro Arrais.

No depoimento, a mãe garantiu que chegou a questionar que o jejum prejudicaria o bebê – Wesley Carvalho Pereira - mas não foi ouvida. “Ela disse que eles afirmaram que o jejum era para os adultos e crianças”, disse Socorro.

Corpo segue desaparecido 

Os peritos do Instituto Criminalística estiveram no local onde o bebê Wesley de Carvalho teria sido queimado. A localização foi apontada pelo pai da criança. No local, os peritos e policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) encontraram material que passará por exame de DNA, que posteriormente será utilizado para confirmar se pertence ao bebê que teria sido cremado. 

O delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada, disse que a polícia trabalha com algumas hipóteses que foram levantadas por testemunhas e pelos pais da criança. Entre essas hipóteses está a de que a criança morreu de fome após passar 14 dias em jejum. 

“Já o pai da criança afirma que ela morreu de causas naturais, que ele e a mulher encontraram a criança na rede já sem vida. Por conta disso, decidiram fazer a cremação da criança”, relatou o delegado. 

 

Nataniel Lima
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