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Prefeito sanciona lei que autoriza Eturb a emitir e vender bilhete de ônibus

Foto: Renato Andrade/ Cidade Verde

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), sancionou a lei Nº 5.705 que permite que a Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb) realize a emissão e comercialização de meios de pagamento das tarifas em geral dos serviços de transporte público de passageiros na capital. A lei foi publicada no Diário Oficial do Município na sexta-feira (25). 

A matéria havia sido aprovada em segunda votação na Câmara Municipal ainda em dezembro de 2022, na última sessão antes do recesso parlamentar. 

O sistema virtual que recebe o pagamento das passagens de ônibus no transporte coletivo era gerido pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Na Eturb, a administração do serviço será comandada pelo presidente da Empresa, João Duarte, filho do prefeito Dr. Pessoa (MDB).

Veja a lei sancionada

Banco poderá efetuar controle 

Em entrevista ao portal Cidade Verde na manhã desta segunda-feira (28), Dr. Pessoa anunciou que a administração municipal estuda realizar o controle da bilhetagem através do Banco do Brasil. Segundo ele, a mudança trará a possibilidade de que a Prefeitura de Teresina realize uma maior fiscalização sob a venda das passagens.

“A aquilo era uma ralo de transporte coletivo de Teresina, portanto,  agora vem para a mão do prefeito e me parece que esse controle parece que será feito pelo Banco do Brasil, mas não é do jeito que estava, que sem uma documentação oficial dizia que tantas pessoas andaram de graça ou olhando para céu. Agora, teremos o controle”, declarou.

Segundo projeto ainda tramita na Câmara

Também ouvido pela reportagem, o secretário de Governo, André Lopes, explicou que um segundo projeto de lei, que também dispõe sobre a regulamentação da passagem da competência da bilhetagem para a Eturb ainda tramita na Câmara Municipal.

Trata-se da Mensagem Nº 043/2021, que faz alterações na Lei Orgânica do município com o objetivo, segundo relata o documento protocolado, de conceder a segurança jurídica necessária para a empresa municipal assumir a nova função.

“Destaca-se que o objetivo é tão somente  harmonizar, como dito, a legislação máxima local e, por conseguinte,  coadunar, também as demais legislações ordinárias municipais que se fizessem necessárias”, descreve o projeto.

A matéria já foi aprovada em primeira votação por unanimidade pelos vereadores durante o mês de fevereiro deste ano, após um acordo com o líder do prefeito Renato Berger (PSD) para a segunda votação ocorrer tão somente após os parlamentares se reunirem com João Duarte e com membros do Setut.

Por se tratar de uma proposta que faz alterações na Lei Orgânica a matéria precisou de um interstício para a votação, que está marcada para ocorrer após o Carnaval. 

Setut diz que não pode abrir mão da bilhetagem 

Procurado pela reportagem, o Setut respondeu através da assessoria, não poder abrir mão da bilhetagem, uma vez que a lei em questão desrespeita a regramento federal que estabelece que as empresas operadoras são as responsáveis pela emissão e comercialização do vale transporte (Lei Federal 7.418/85).

Os empresários argumentam também que a lei desrespeita o edital de licitação dos atuais serviços prestados e descumpre um acordo judicial realizado em outubro de 21, por prefeitura e Sindicato, onde a parte operacional da bilhetagem já deveria estar com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) desde 01/12/21. 

 

 

Paula Sampaio
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