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Recadastramento de Bolsa Família causa tumulto

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Confusão, empurrões, tumulto, revolta. Este é o cenário do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da vila irmã Dulce onde todas as mães da zona Sul de Teresina se encaminham para poder realizar o recadastramento no Bolsa Família nesta quarta (13). A demora e a pouca quantidade atendimentos por dia, faz com que as mulheres cheguem a pernoitar no local, mas isso não é garantia que elas consigam se recadastrar.

As beneficiadas que estão do lado de fora do centro alegam que chegaram de madrugada, mas não conseguiram entrar para serem atendidas. A aposentada Marina da Silva Miranda, 68 anos, afirma que acorda muito cedo para fazer o trajeto até o CRAS. “Está com quatro dias que venho a pé do Angelim com meu neto de quatro anos e não consigo ser atendida”, indigna-se.
 
Dona Mariana vai todo dia a pé com seu neto,
mas não consegue ser atendida.
Maria do Socorro Nascimento, dona de casa moradora do bairro Santo Antonio afirmou que mesmo tendo chegado ao local às 18h de ontem quase não conseguiu entrar no prédio. “Foi um sufoco. Faltou energia, choveu e ainda ficamos aqui correndo risco de assalto. Como se isso não bastasse, ainda sofremos com o descaso das atendentes que não iniciam o atendimento no horário”, reclama.
 
Fotos: Caroline Oliveira/CidadeVerde.com
Maria do Socorro do Nascimento indignou-se com o mau atendimento.
De acordo com o vigia José Araújo da Silva, que também é presidente da associação comunitária da vila, são atendidas 85 pessoas por dia. No CRAS da Vila Irmã Dulce são atendidos todas os cadastros da zona sul de Teresina. José afirma que são 15 estagiárias para fazer o recadastramento das mães. Segundo ele, o atendimento começa às 8h e termina às 18h. “As pessoas que estão dentro são as que chegaram ontem às 18h”, afirma. A equipe do CidadeVerde.com apurou que não são distribuídas senhas e até às 9h30 desta quarta não foi presenciado o início dos atendimentos.
 

Houve troca de acusações entre as mães e José sobre agressões mútuas.
 
Mais pontos
Segundo a secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, Graça Amorim, a prefeitura está ciente de alguns problemas relacionados ao recadastramento do benefício. “Já aumentamos o número de atendentes e estamos estudando (a criação de) outros pontos para descentralizar (o recadastramento)”, diz.
 
Graça Amorim
 
Ao todo, são sete CRAS que fazem o serviço: dois na zona Sul, dois na zona Leste, dois na zona Norte e mais um na zona Sudeste. 29.961 famílias precisam se recadastrar até o próximo dia 30 de julho. São famílias estão há mais de dois anos sem revisão segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social.
 

 
Flash de Caroline Oliveira (direto do local)
Redação Carlos Lustosa Filho
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