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Revista mostra avanços de pesquisas de mestrado no Piauí

Já está pronta a 19ª. Edição do Informativo Científico Sapiência, produzido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí – FAPEPI. Neste número, os destaques são a continuação de reportagens mostrando um pouco da história dos programas de pós-graduação ou os mestrados do Piauí e suas pesquisas, sendo que desta vez os mestrados em destaque são: Química, História do Brasil e Letras, todos existentes na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

O Sapiência mostra que o Programa de Pós-Graduação em Química da UFPI, único que forma mestres no Piauí, prestes a completar 10 anos, está em busca de uma meta importante: a implantação do doutorado. O coordenador do programa, Prof. Dr. José Ribeiro dos Santos Júnior, informou que o curso depende essencialmente da parte experimental, ou seja, de suporte laboratorial, o que necessita de investimentos altos. Para subir no conceito, que é a meta de todos os programas de pós-graduação, o Mestrado já começou a trabalhar. A infra-estrutura tem sido melhorada a cada ano. Só para citar, está em fase de instalação de um equipamento de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), que custou quase um milhão de reais. O Programa está incluído em vários projetos de pesquisa, além disso conta com bolsistas de iniciação científica (graduandos de química) e do ensino médio (PIBIC-Jr), todos sendo orientados por professores do mestrado, com bolsas concedidas por meio de parcerias com a FAPEPI. Sem falar que está incentivando a qualificação dos docentes, como exemplo é a Profª. Drª. Carla Verônica Rodarte de Moura, que está realizando o pós-doutorado na Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

O Sapiência mostra pesquisas sobre uma planta comum no Brasil, a copaíba, que produz um óleo rico na indústria farmacêutica e de cosméticos. O Prof. Dr. do Depto. de Química da UFPI, Sidney Gonçalo de Lima, lidera um grupo de pesquisadores que estudam a planta. A pesquisa vai desde a identificação botânica (existem cerca de 60 espécies), identificação química, controle de qualidade e comprovação de seu uso medicinal, até efeitos citotóxicos e genotóxicos. Usado há séculos na medicina popular, o óleo da copaíba é utilizado como estimulante, diurético, laxativo, expectorante, cicratizante, antitetânico, anti-hemorrágico, antiinflamatório, antiulcerogênico, entre outros. Porém, os pesquisadores da UFPI afirmam que não há só virtudes, apesar das várias aplicabilidades na medicina popular a que lhe são atribuídas. Há poucos estudos que comprovam estes inúmeros efeitos para os humanos. Segundo o Dr. Sidney Lima, a composição química e a adulteração do óleo de copaíba têm exigido um controle de qualidade, o que tem prejudicado até a exportação do mesmo para a indústria de perfumes, cosméticos, vernizes, entre outros.

Criado no ano de 2004, o Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI está em busca da conquista, a médio prazo, de implantar o curso de doutorado, apesar de ainda contar com o conceito 3 (o ótimo conceito obtido de curso de excelência é o 7), concedido pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Uma das exigências para se obter uma boa avaliação pela CAPES, que é feita anualmente, é a produtividade dos docentes. “A exigência é que eles dêem aulas no mestrado e também na graduação, que orientem projetos de pesquisa de iniciação científica e como professores do mestrado tenham projetos de pesquisa pessoais ou conjuntos cadastrados, além disso, que continuem a fazer publicações, como os artigos científicos”, argumentou o coordenador, Francisco Alcides do Nascimento. O ponto forte do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil é o Doutorado Interinstitucional, chamado Dinter, implantado em 2006, que tem por objetivo pós-graduar doutores da própria UFPI, da UESPI, do IFET e da comunidade. O Dinter em História é realizado graças à parceria entre a instituição e a Universidade Federal Fluminense (UFF) do Rio de Janeiro. Atualmente, o doutorado conta com 15 alunos matriculados.

Com a formação da primeira turma no ano de 2004, o Programa de Mestrado Acadêmico em Letras da UFPI, também único na área no Estado, surgiu com a necessidade de atender a demanda de um curso de pós-graduação stricto sensu na área de Letras nos estados do Piauí e Maranhão, contribuindo para o processo de qualificação do professor do Ensino Básico e Superior. A coordenadora do Programa é a  Profa.  Dra. Maria Auxiliadora Ferreira Lima.

Uma das pesquisas destacadas nesta edição do Sapiência é da Professora Rose Mary Furtado Passos. Ela fez um estudo para efeito de sua dissertação de mestrado em Letras refletindo a linguagem utilizada nos diários e blogs. O título de seu trabalho é “A escrita de si nos diários e blogs juvenis: identidades reveladas”, sob orientação do Prof. Dr. Laerte Magalhães. Ela realizou análises comparativas dos discursos selecionados, todos de jovens do sexo feminino na faixa etária de 12 a 20 anos, observando sempre a forma como os sujeitos dialogam no mundos dos diários e blogs virtuais, que, diga-se de passagem, passaram a substituir os velhos diários de papel, trancados a chave. Agora não, os diários estão disponíveis para quem quiser ver. Enquanto os diários eram escritos com o cuidado de não deixar a informação vazar, os blogs são um meio de divulgar a própria imagem da blogueira, embora só a idealizada, aquela imagem a qual gostaria de tornar conhecida. Os blogs ainda têm o diferencial de criar interatividade entre internautas e ainda buscam conquistar a visibilidade. Outra revelação da pesquisa é que os próprios blogs estão sendo deixados de lado, devido o maior interesse pelos sites de relacionamento, demonstrando tendências rápidas de mudança entre os jovens.

O Sapiência traz ainda artigos de pesquisadores, entrevistas com os coordenadores dos mestrados de Letras e de História e dicas de livros na área de ciência e tecnologia. Traz ainda uma resportagem sobre a primeira defesa de tese no Piauí de aluno do doutorado de Ciência Animal, único doutorado institucional do Estado. Traz ainda pesquisa na área de história sobre a cidade de Teresina, sua paisagem, reordenamento urbano no seu passado recente até hoje. Para ver a versão on line, basta acessar o site da FAPEPI: www.fapepi.pi.gov.br

 Da Redação
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