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"Não foi a porta mal fechada", diz piloto de avião que fez pouso forçado em Teresina

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Ampliada às 14h20

O advogado Arcedino Concesso, que pilotava o avião que fez um pouso forçado em Teresina, no início desta semana, fez um desabafo e pediu para que "não julgassem o que não entendem". Ele rebate críticas que apontam que a aeronave estaria com peso acima da capacidade permitida e afirma que não havia excesso de passageiros.

Foto: reprodução Instagram

"Falaram [...] que o avião tinha capacidade somente para três pessoas e estava carregando cinco. O avião tem capacidade para um tripulante, que é o piloto, no caso, eu mesmo, o proprietário da aeronave, e mais três passageiros. Isso não impede também que a bebê de colo- que era a quarta passageira- fosse transportada porque eu não ultrapassei o peso máximo de decolagem que o meu avião permite. Então, eu tinha peso de sobra ainda para decolar. A aeronave permite em torno de 1.315 quilos máximo de decolagem; eu não tinha nem 1.200, tinha 1.100 e alguma coisa. As pessoas não podem veicular algo que não conhecem. [...] eu até falei nas redes sociais que as pessoas não julgassem o que não entendem ou o que não acompanham", esclarece Concesso. 

Ele se coloca à disposição das autoridades que apuram as causas do acidente aéreo e diz que havia realizado, recentemente, manutenção na aeronave.

"Minha aeronave tinha acabado de sair da manuntenção e tinha feito um voo teste. Gastei uma quantia elevada, troquei todas as peças, fiz a manutenção de cem horas recentemente. Ela estava totalmente legal junto à Anac. A investigação vai apurar o que pode ter acontecido com o motor pra ter perdido essa potência. Assim que for preciso, vou relatar a todas as autoridades competentes", disse o piloto. 

Assim como o Cidadeverde.com divulgou, após análise do áudio entre o piloto e a torre de controle, uma das portas da aeronave estava aberta, mas que, somente esse fato, não seria suficiente para forçar o pouso. Ele confirma que recebeu autorização para retornar ao aeroporto, mas fez uma análise de risco. 

"Constatei que uma da portas da aeronave, que tem duas travas, tinha uma trava que não tinha fixado corretamente. Solicitei  retorno à torre, que foi autorizado, mas para retornar eu precisava ganhar altitude, e isso não aconteceu. Pelo contrário, o motor do avião não respondeu corretamente aos comandos. Ao invés de subir, começou a perder altitude", disse o advogado. 

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

"Fiz uma análise de risco. Não tinha viabilidade para retornar ao aeroporto, provavelmente iria cair em cima das casas. Então optei por fazer o pouso de emergência no campo de futebol que, no momento, estava sem nenhum operário trabalhando. Colidii com a rede eletrica, o que diminuiu o impacto e nos ajudou na hora nesse pouso de emergência", completa Arcedino Concesso. 

Ele, a esposa e a sogra foram submetidos a cirurgia na coluna devido ao impacto da queda. As duas filhas do casal, de cinco e 16 anos, sobreviveram ilesas. À TV Cidade Verde, ele também relembrou o acidente aéreo e agradeceu às orações. 

"Retirei todos os passageiros. Fui o ultimo a sair porque a minha preocupação era com a explosão, com o incêndio, pois existia um risco eminente disso acontecer, em razão do motor do avião estar quente, dos tanques estarem cheios. Então, mesmo sentindo muitas dores na regiao lombar e sem conseguir respirar,eu consegui tirar os passageiros. [...] nós tivemos um momento difícil em nossas vidas e tenho certeza que Deus me abençoou para que conseguisse fazer aquele pouso de emergência e não tivesse maiores danos", disse o advogado. 

Foto: Reprodução/Instagram

Publicada às 10h40

O advogado Arcedino Concesso, que pilotava o avião que fez um pouso forçado no campo do Bariri, na zona Norte de Teresina, afirmou nas redes sociais que o motor da aeronave apresentou problemas mecânicos logo após a decolagem. Na mesma postagem,ele negou que o acidente tenha acontecido porque a porta não estava fechada corretamente.

"Evitem julgamentos, o avião apresentou falha no motor (não foi a porta mal fechada). Tentei ao máximo evitar lugares habitados, pois vi que não conseguiria voltar ao aeroporto", explicou o piloto.

Arcedino Concesso também disse que assim que seu estado de saúde permitir dará todas as informações sobre o acidente. "Tão logo eu tenha condições, irei dar as explicações cabíveis", afirmou.

Na mesma mensagem, o piloto também pede que não sejam compartilhadas, na internet, vídeos e fotos de sua família nos momentos de dor pelos quais passaram.

"Gostaria de pedir que não compartilhem fotos/vídeos de momento de dor e sofrimento da minha família, principalmente minha esposa e filhas", pediu o advogado.

O piloto também falou sobre as cirurgias realizadas por ele, pela esposa Juliana Plácido e por sua sogra, Maria Graci da Silva.

"Passamos por cirurgia. Transcorreu tudo bem. Já estamos em repouso e observação. tão logo recebamos alta, aviso vocês", finalizou.

Assim como as esposa, Juliana Plácido, Arcedino também agradeceu as orações e apoio que a família tem recebido de parentes e amigos. "Agradeço a Deus, nosso médico maior, que capacitou e intercedeu por todo os profissionais que cuidaram e continuaram cuidando tão bem de nós. [...] Continuem orando. Tenho vivido o milagre e a energia do poder das orações", disse o piloto.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

O acidente

Um avião monomotor realizou um pouso de emergência na manhã da última segunda-feira (12) no campo do Bariri, Vila Operária, zona Norte de Teresina.

Cinco pessoas ficaram feridas. O piloto e sua família. Eles estavam vindo de Fortaleza (CE) com destino ao Tocantins.

Segundo apurou a TV Cidade Verde, o avião abasteceu no aeroporto Petrônio Portela, em Teresina, e quando estava decolando apresentou problemas mecânicos. A aeronave, de prefixo PT-RHJ, é do modelo Embraeer 711, conhecido como "Corisco". 


Adriana Magalhães e Graciane Araújo
[email protected]

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