Foto: Arquivo Pessoal
A juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, marcou para o dia 17 de agosto o julgamento do estudante de mestrado Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, pelo Tribunal do Júri pelo estupro e morte da estudante de jornalismo Janaína Bezerra da Silva, de 21 anos. O crime aconteceu no último mês de janeiro, dentro de uma sala da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Em despacho, do dia 4 de julho, a juíza Maria Zilnar designou para o dia 17 de agosto de 2023, às 8h30, o julgamento de Thiago Mayson pelo 1º Tribunal Popular do Júri.
Janaína Bezerra foi morta na madrugada do dia 28 de janeiro. Thiago Mayson foi preso no mesmo dia. Investigação realizada pelo Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indiciou o acusado por homicídio duplamente qualificado, incluindo feminicídio, além de estupro, vilipêndio de cadáver e fraude processual.
A audiência de instrução processual do caso ocorreu no dia 5 de abril deste ano. Na ocasião foram ouvidas testemunhas e o acusado. Depois o juiz Antônio Nollêto analisou as provas, e no dia 30 de maio foi publicado no Diário Oficial do Tribunal de Justiça a decisão do juiz para que o caso fosse levado a julgamento no Tribunal do Júri, mas a data do julgamento ainda não tinha sido definida.
Thiago Mayson segue preso desde o dia 28 de janeiro. O processo segue em segredo de justiça por se tratar de um caso envolvendo estupro.
Foto: Arquivo Pessoal
Acusação busca pena máxima
Wesley de Carvalho Viana, da Advocacia Popular Piauiense, é um dos advogados que atua pela família de Janaína no processo. Ele informou ao Cidadeverde.com que busca a pena máxima para o acusado.
“O Thiago Mayson está sendo acusado por homicídio consumado qualificado por meio cruel, por feminicídio, por estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e por fraude processual. Somadas as penas máximas desses crimes, chegamos a 50 anos de reclusão, e é isso que nós como assistentes de acusação, ao lado do Ministério Público queremos, a condenação com pena máxima”, afirmou.
Ele disse que durante o julgamento serão ouvidas sete pessoas entre elas policiais, uma amiga da vítima que estava com ela na calourada, também será ouvido um amigo do acusado, seguranças da UFPI, um coordenador da universidade e uma perita médica.
“A taxa de feminicídio no Piauí é alta, e não é à toa que vemos vinculados vários casos de feminicídio. No caso do assassinato da Janaína, teve muita repercussão devido à atrocidade, devido a toda essa violência empregada, antes e após o seu falecimento, por isso ele está sendo acusado de vilipêndio de cadáver, por desrespeitar o corpo da Janaína, então a gente busca Justiça, para que Thiago seja condenado em pena máxima, em torno de 50 anos, e para que siga de exemplo desse cultura patriarcal e machista. Ficamos felizes do julgamento está correndo rápido e a acusação está se organizando bem para ele ser condenado”, destacou.
Ele informou que a família é carente e também está recebendo assistência social, e que buscam bolsas de estudos para as irmãs da vítima.
O caso
O assassinato da estudante de jornalismo teve repercussão nacional e desencadeou debates e protestos sobre a violência de gênero e a insegurança no campus da Ufpi em Teresina. Ela foi morta e teve as vértebras do pescoço deslocadas após uma calourada na instituição de ensino. A investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que ela ainda foi vítima de estupro viva e depois assassinada.
O acusado foi preso horas após o crime. Para a advogada dele, que preferiu não se identificar, Thiago Mayson nunca teve a intenção de matar Janaína. Academicamente, a comissão de sindicância da Ufpi concluiu pela expulsão do estudante de mestrado, o que ainda não aconteceu.
Bárbara Rodrigues
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