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Hospital admite que doença de garoto morto é uma "incógnita"

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A causa da morte do garoto Daniel Gomes Farias, de 12 anos, no último dia 13 de junho, ainda é uma incógnita até mesmo para a equipe médica do Hospital Infantil Lucídio Portela, que tratou do garoto por mais de um ano.
 

Segundo o diretor do Hospital Infantil, doutor Marcelo Madeira, o atestado de óbito foi dado pela conseqüência da morte, que foi uma diarréia crônica 'a esclarecer'. “Ele foi internado com uma alteração no sistema digestivo, no qual perdia grande quantidade de proteínas, que baixava sua imunidade, provocava vômitos, diarréia e febre. Mas a doença base, não foi possível detectar”, explicou o médico.

O diretor afirma que todos os exames foram realizados, para tentar buscar um diagnóstico, desde tomografias, colonoscopias (biópsias do intestino) e inúmeros exames de laboratórios, mas todos os inconclusivos.

“Em apenas um dos seis prontuários do Daniel, foram realizados 54 tipos de exames diferentes, em outro 37. O Ministério Público do Estado acompanhou o caso. Nos colocamos a disposição dos pais e foram realizamos exames até em clínicas particulares, pagos por nós, para darmos agilidade à procura do diagnóstico e não foi possível identificar a doença”, destacou Marcelo Madeira.

O prontuário de Daniel, no Hospital, possui cerca de 200 páginas e ele sempre era acompanhado pelo mesmo médico, que entrou em contato com profissionais de Ribeirão Preto-SP, em busca de tratamento. “Chegamos a tratar a doença como provocada por fungos e não deu certo, suspeitamos também de câncer, mas o quadro não se confirmou. Fizemos a cirurgia para a retirada de uma linfoma para biópsia”, acrescentou.
 
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O Hospital Infantil é um hospital escola, assim como o Hospital Getúlio Vargas (HGV), Hospital de Doenças Infecto Contagiosa Natan Portela, Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e Maternidade Evangelina Rosa. Em todas essas unidades de saúde, os pacientes são vistos por um estudante de Medicina, um médico residente e um pediatra supervisor, por dia. ,
 

“Todo mundo sabe que o Hospital Infantil é um hospital escola. Se um dia uma mãe disser que não quer que seu filho seja visto por um estudante é permitido. Só que isso nunca aconteceu”, afirmou Marcelo Madeira.

Na unidade de saúde são atendidas 2.100 crianças por mês. São 90 leitos com 100% de ocupação, sendo 20 leitos cirúrgicos com 200 cirurgias/mês. “A nossa taxa de mortalidade na UTI é relativamente baixa, pela quantidade e gravidade de doenças que recebemos”, avaliou o médico Marcelo Madeira.

“É triste perder um paciente, principalmente uma criança. E também é uma frustração médica, não saber a causa dessa perda”, finalizou.
 


Caroline Oliveira
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