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Com participação virtual de Janja, Casa da Mulher Brasileira é inaugurada em Teresina

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Foto: Reprodução

Atualizada às 20h

Por Roberto Araujo

Aconteceu no início da noite desta sexta-feira (8) a solenidade de inauguração da Casa da Mulher Brasileira de Teresina. A obra foi feita com recursos federais, na ordem de R$ 5,4 milhões, e contou com aporte da Prefeitura de Teresina e do Governo do Estado do Piauí.

A primeira-dama Janja da Silva, esposa do presidente Lula, acompanhada da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, fizeram uma participação de forma remota. Elas fizeram falas no início da solenidade por meio da transmissão ao vivo.

Janja lembrou a importância da casa para a assistência às mulheres e mandou um abraço do presidente Lula.

"Esse é um espaço importante de acolhimento para que a gente possa evitar cada vez mais evitar que mulheres sofram violência, esse é o objetivo. Violência zero, feminicídio zero. A gente quer nossas mães seguras, os filhos seguros, uma família forte, fortalecida, independente se é chefiada por uma mulher ou um casal", disse durante a solenidade.

A ministra Cida Gonçalves lembrou que é a segunda entrega no governo do presidente Lula, e que o objetivo é entregar 40 novas casas no país. 

"Eu quero dizer que, efetivamente, a casa apresenta resultados, são oito Casas da Mulher Brasileira, no ano de 2023 atenderam mais de 200 mil mulheres no país. É um resultado que garante que as mulheres confiam nesse serviço, e que Teresina vai ganhar um grande instrumento para prevenir a violência e evitar o feminicídio", citou.

Também participam da solenidade o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Denise Mota Dau, a ex-governadora e secretária Estadual da Assistência Social, Regina Sousa, a secretária Estadual das Mulheres, Zenaide Lustosa, o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, dentre outras autoridades.

Foto: Francisco José / TV Cidade Verde

Secretária Karla Berger se emociona e relata ter sofrido violência

Em seu discurso, a secretária de Políticas para as Mulheres de Teresina, Karla Berger, se emocionou ao citar que sofreu violência doméstica, e que espera que a Casa da Mulher Brasileira seja um espaço para que mulheres sejam acolhidas.

"Se quando eu sofri violência doméstica houvesse um lugar como esse, se tivessem gestores como temos agora preocupados com segurança e a vida das mulheres, eu teria tido muito mais confiança para fazer a denúncia, eu teria sido fortalecida para romper com aquela história no primeiro sinal de agressão. Já se passaram muitos anos desde quando fui vítima, 34 anos se passaram, e eu tento ressignificar essa dor em luta. Esses dias têm sido de muita correria e trabalho para fazer a Casa da Mulher em Teresina para o que eu vivi não se repita com nenhuma mulher", disse a secretária

A secretária das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, relembrou que as conversas sobre a construção da Casa iniciou ainda em 2015, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, e que foi retomado agora no governo Lula. Ela citou que o espaço vai contar com diversos serviços para o atendimento às mulheres em situação de violência.

"Aqui a gente vai ter o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, a Defensoria Pública, uma central de acolhimento onde a mulher passa até 48 horas enquanto se arruma a vida dessa mulher. Aqui nós vamos ter o atendimento psicossocial e jurídico. Vamos ter a patrulha Maria da Penha e a guarda Maria da Penha. Então são vários serviços que vão funcionar dentro da casa de forma integrada para que essa mulher não precise sair desse espaço para procurar ajuda em outro lugar", falou a gestora.

A secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, do Ministério das Mulheres, Denise Mota Dau, citou que a grande inovação da Casa da Mulher Brasileira é unificar os diversos serviços que são necessários para o atendimento às mulheres em situação de violência.

"Era fundamental termos um serviço unificado, inovador, que oferecesse os serviços que as mulheres precisam quando esto em situação de violência, a partir dai nasceu o projeto da casa da mulher brasileira, tendo todos esses serviços, boa parte das pessoas que estaão aqui representam profissionais que oferecerão atendimento na casa, inclusive é importante ressaltar atendimento social e psicológico", citou.

Foto: Francisco José / TV Cidade Verde

Resultado de ação dos governos federal, estadual e municipal

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (Republicanos) ressaltou a parceria entre os entes municipais, estaduais e federais para a construção da Casa.

"A casa da Mulher Brasileira não é do prefeito Dr. Pessoa, não é do Marcelo Castro, não é do Governo Federal. Se não trabalharmos integrado, não vai pra frente. (...) eu disse para a [secretária] Karla Berger, nenhuma atitude separatista. Nós unidos  com um propóstio de zelar pelas mulheres, temos resultados melhores", citou.

A ex-governadora e secretária da Assistência Social, Regina Sousa, que participou representando o governador Rafael Fonteles, que está em viagem internacional, mencionou a necessidade de educar os homens para que a violência contra as mulheres seja interrompida na sociedade.

"A gente precisa moldar uma geração que cresça para a não-violência. A gente precisa moldar as crianças para a não-violência porque os adultos não dá para a gente mudar. Porque tem uma cultura construída, não é nem culpa, é construída mesmo, ele cresceu vendo a violência dentro de casa e não aconteceu nada. Então para ele é normal. E se você trabalha a criança na escola, é lá que a gente vai construir essa geração não violenta", disse.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, citou que considera a principal característica da Casa da Mulher Brasileira deve ser um espaço onde as mulheres possam ser acolhidas sem constrangimentos.

"Criar um ambiente onde se possa atender as mulheres sem nenhum constrangimento. Se eu pudesse fazer um só pedido para a Casa da Mulher Brasileira em Teresina é esse, que a mulher possa se sentir verdadeiramente livre, à vontade, para contar sobre o que aconteceu. Aqui poder ter o socorro desde a polícia, ostensiva, preventiva, poder contar com uma delegacia especializada, Ministério Público, Defensoria, Juizado Especializado, quem vem para cá se especializa com conhecimento sobre jurisprudência , o que tiver de mais atualizado", disse.

Foto: Francisco José / TV Cidade Verde

Serviços da Casa da Mulher Brasileira

Serão oferecidos os seguintes serviços: Delegacia Especializada, Juizado e Vara Especializada, Atendimento Psicossocial, Brinquedoteca, Promotoria Especializada, Defensoria Especializada, Central de Transportes, Alojamento de Passagem e Emprego e Renda. 

A equipe multidisciplinar fornecerá atendimento psicossocial 24 horas por dia, incluindo fins de semana e feriados e suporte aos demais serviços, ajudando as mulheres a romperem o ciclo da violência sofrida.

A promoção da autonomia econômica será uma estratégia para as mulheres que buscam sair da situação de violência, por meio de educação financeira, qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho. 

O alojamento de passagem, um espaço temporário de abrigo com duração de até 48 horas, destina-se a mulheres em situação de violência, proporcionando um local seguro.

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