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Mãe reencontra filho de 9 anos após muita apreensão e buscas em Porto Alegre

“Mais uma criança resgatada aí...”: uma frase que se tornou constante em meio a tantas operações de resgate a ilhados e isolados nas cidades atingidas pela inundação no Rio Grande do Sul. Uma frase que, para uma mãe, se tornou motivo de medo, apreensão e esperança.

O pequeno Lorenzo, de nove anos, mora com o pai, a avó e outros familiares no bairro Humaitá, na capital em Porto Alegre. Na sexta-feira passada (03), quando a rua começou a encher, a mãe do menino entrou em contato.

Estava tudo bem. O pai do menino disse que não havia motivo de preocupação. As horas passaram, a luz foi desligada e a rua se transformou em um rio. Patrícia, mãe de Lorenzo, não sabia mais se o filho estava em casa.

Contato após retorno de energia elétrica

O domingo (05), Patrícia foi em abrigos, procurou por equipes de resgate, sem resultados, aumentando a preocupação. A mãe publicou a informação nas redes sociais. “Eu precisava encontrar ele, que ele estava desaparecido pra mim. Eu dei ele como desaparecido”, conta.

Dois dias depois, na terça (06), enfim, um contato: o Lorenzo seguia em casa sem poder sair por conta da inundação. O próprio pai que avisou, ao conseguir carregar o celular com a volta da energia elétrica.

Patrícia foi a um ponto de resgates na zona norte da capital para pedir ajuda e, assim, buscar o filho. “Cada barco que chegava, eu tinha esperança de que o Lorenzo fosse chegar junto, sabe? Porque eles anunciavam lá o barco chegando com criança, barco com idoso”, afirmou. Naquele dia, além da mãe, estavam a avó e outros parentes, aguardando ansiosamente pela chegada de Lorenzo.

Recusa de pai em sair de casa

A demora se deu por um motivo: o pai se recusava a sair de casa, impedindo que levassem o menino. Comovida com o drama, a voluntária Janaína Carneiro resolveu ajudar e ligou para um amigo, que agilizou o resgate. “Eu não sou mãe, por opção, mas eu me coloco no lugar. Porque eu consegui salvar minha mãe de dentro de casa”, conta, emocionada.

O resgate de Lorenzo, realizado na tarde da última quinta (09), precisou do auxílio do Conselho Tutelar. Diante da tragédia, a história terminou com final feliz: Patrícia poderá passar o domingo de Dia das Mães com o filho, como planejou.

"Eu fiquei exatamente cinco dias sem pregar o meu olho, porque cada vez que eu tentava dormir, eu via enchente no meu sonho. Infelizmente, a gente está vivendo essa situação, mas o meu coração vai estar aquecido, porque ele está aqui comigo agora, né? Vou voltar, graças a Deus, com meus três filhos. E não tem alegria maior do que isso”.

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