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Mãe de barman diz que vai pedir anulação de julgamento após PM ser absolvido

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Por Rebeca Lima e Najla Fernandes

Luciana de Sousa Santos, mãe do barman Cosme Damião dos Santos Neto, disse em entrevista à TV Cidade Verde que irá pedir a anulação do julgamento que absolveu o cabo da Polícia Militar Ivaldo Silva Filho.

O PM foi denunciado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio contra o jovem e sua mãe. O crime ocorreu em outubro de 2017.

“Ninguém aceita o que aconteceu, o próprio DHPP não aceita, o Ministério Público também não aceita, então a gente vai recorrer para anular o julgamento porque na hora foi tudo distorcido, todas as provas que o DHPP colocou no processo foram dadas como mentiras, eu e meu filho fomos as vítimas”, disse Luciana de Sousa. 

O caso aconteceu no dia 10 de outubro de 2017, no bairro Renascença II, zona sudeste de Teresina. O Ministério Público ofereceu denúncia pedindo condenação pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, com qualificação por emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas, e pelo crime de peculato. A defesa do PM negou que o suspeito tivesse cometido os crimes.

De acordo com as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a morte de Damião se tratou de crime de pistolagem. A vítima era processada por roubo e monitorada por tornozeleira eletrônica.

Segundo informações da época, Cosme estava na porta de casa, na região do Grande Dirceu, quando foi morto com três tiros. A mãe dele, Luciana de Sousa Santos, chegou a entrar em luta corporal com o suspeito e acabou sendo baleada.

“Eu fui atingida no peito, eu quase morri, eu passei vários dias no HUT, depois tive que fazer uma reconstrução no intestino, fiquei com a bolsa de colostomia, tive que fazer uma segunda cirurgia, por último eu tive que tirar uma hérnia, reabrir a barriga toda e estou fazendo novos exames porque estão aparecendo outras dores. Eu não trabalho, meu filho foi enterrado e sepultado às custas dos outros, nem isso eu pude ir ao cemitério, então quer dizer que a família tem que ficar só com a dor?”, desabafou a mãe.

Cosme Damião já tinha passagem pela polícia e havia sido preso. Ele foi morto cerca de cinco meses após deixar a penitenciária. A mãe não acredita que isso tenha relação com a morte do filho.

“Ele, mesmo sendo um ex-presidiário, não dá o direito ao Ivaldo de ser o juiz, julgar e lá matar, fazer justiça com as próprias mãos. A única pessoa que pode tirar a vida de um ser humano é Deus. Não é chegar, dizer que é policial, e fazer o que ele fez”, ressalta Luciana. 

A reportagem entrou em contato com a defesa do PM Ivaldo Silva Filho, que informou que não irá se pronunciar sobre o assunto para não atrapalhar o processo.

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